AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, marcou para o dia 27 de junho o início das audiências de instrução da ação penal derivada da Operação Mercatore.
Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa dos 17 réus, acusados de pertencerem a organização criminosa que seria responsável por 90% dos roubos de eletroeletrônicos em Cuiabá.
A decisão foi proferida no dia 31 de maio. Além do dia 27, em que as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Estadual (MPE) serão ouvidas, a magistrada agendou os dias 28, 29 e 30 deste mês, para que as testemunhas de defesa prestem depoimento.
Os acusados serão interrogados após as oitivas das testemunhas, nos dias 1º e 4 de julho.
Todas as audiências iniciarão a partir das 13h30. Entre as 33 testemunhas intimadas a depor, está o presidente da Associação dos Camelôs e ex-vereador, Misael Galvão, que será ouvido no dia 29 de junho.
Dois servidores públicos, uma bancária, um advogado e um policial civil estão entre os réus da ação.
Eles chegaram a ser presos durante a deflagração da operação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, da Polícia Judiciária Civil, no dia 18 de dezembro de 2015.
Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, receptação qualificada, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso, estelionato, corrupção ativa e passiva.
Após a prisão preventiva, os réus João dos Santos, Odair Coelho, Fábio José, Andreia Cristina e Felipe Santos conseguiram decisão favorável e cumprem prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Já Florival Neto, Marcel Abe e Welliton Souza ainda estão presos na Penitenciária Central de Mato Grosso.
Além deles, também são réus: Luiz Carlos da Silva, Anderson Marcelo da Silva, Ivan Fortes de Barros, Bruna dos Santos, Camila Figueiredo Santos, Joester Emanuellita Mohn de Abreu, Rogério da Costa Ribeiro, Augusto Ribeiro Amorim e Luiz Gonzaga Frutuoso Braga.
A organização
A organização criminosa é acusada de movimentar R$ 1,7 milhão, provenientes da lavagem de dinheiro e comercialização de produtos roubados, como cargas de eletroeletrônicos, acessórios e equipamentos de informática.
O grupo seria chefiado pelo empresário João Santos Filho. A esposa dele, Andréa Cristina Moura Figueiredo Santos, e o filho, Felipe Figueiredo Santos, também foram presos.
De acordo com a delegada Elaine Fernandes Filho, João era chamado pelos integrantes da quadrilha de “Pai”, inspirado na novela a “Regra do Jogo”, da Rede Globo, exibida entre os anos de 2015 e 2016.
Entre os assaltos praticados pelo grupo criminoso, estão dois realizados no Shopping Três Américas, na região do Coxipó da Ponte.
O primeiro ocorreu no dia 10 de junho de 2015. Dois assaltantes invadiram uma loja da operadora TIM e levaram todo o estoque de telefones celulares.
O assalto aconteceu por volta de 21 horas, antes do encerramento do expediente na loja.
Segundo informações da Polícia Civil, com base no depoimento da direção da loja, os aparelhos estavam avaliados em cerca de R$ 100 mil.
No dia 23 do mesmo mês, dois homens - sendo um deles armado - roubaram um quiosque da Samsung, dentro do mesmo shopping.
Os homens renderam os funcionários da loja e encheram duas sacolas com smartphones.
Conforme Elaine Fernandes, os produtos roubados eram comercializados em uma banca no Shopping Popular, localizado no bairro Dom Aquino.
“A base territorial da quadrilha era o Shopping Popular de Cuiabá. Eles conseguiam esconder a verdadeira natureza dos produtos para movimentar o dinheiro que arrecadavam com os assaltos”, explicou.
Segundo a delegada, em apenas dois meses, a organização movimentou mais de R$ 1,6 milhão.
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