CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A juíza Selma Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal da Capital, autorizou a transferência do ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, que estava preso no Centro de Custódia da Capital, desde setembro de 2015, quando foi deflagrada a Operação Sodoma, da Delegacia Fazendária (Defaz).
Ele foi levado, na última sexta-feira (15), para a base do Serviço de Operações Especiais (SOE), localizado na Avenida do CPA, em Cuiabá.
Informações extraoficiais apontam que a transferência se deu por motivo de segurança, já que Nadaf estaria sendo ameaçado. A informação, no entanto, não foi confirmada.
A reportagem procurou o advogado Alexandre Abreu, que defende Nadaf, mas ele não atendeu às ligações para seu telefone celular.
A assessoria de imprensa do Fórum de Cuiabá confirmou a transferência, mas não revelou os motivos.
O ex-secretário é acusado de ser um dos líderes de suposto esquema que teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014, por meio de cobrança de propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).
Conforme denúncia, Nadaf teria exigido do empresário João Batista Rosa (delator do esquema) a renúncia de um crédito de R$ 2,5 milhões em favor do grupo criminoso, além de ter exigido propinas mensais para manter as três empresas do delator em programa que concedia benefícios fiscais.
Segundo a promotora Ana Bardusco, do Ministério Público Estadual (MPE), o ex-secretário utilizava de sua condição de presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), para manter relações estreitas e ganhar a confiança do empresariado mato-grossense, o que era de interesse da organização criminosa.
A promotora destacou que, de 2011 a 2014, boa parte dos 246 cheques pagos pelo delator João Batista a título de propina foi entregue pessoalmente a Nadaf, na sede da Fecomércio.
O ex-secretário também tem um segundo decreto prisional contra si, relativo à Operação Seven, deflagrada no dia 1º de fevereiro deste ano.
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