ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que a Polícia Federal (PF) exclua quaisquer restrições judiciais vinculadas Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-assessora do ex-secretário de estado, Pedro Nadaf. Karla foi condenada, no âmbito da operação Sodoma, pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As restrições impediam que ela renovasse seu passaporte, apesar de decisão anterior já ter autorizado a restituição do documento. A determinação da Justiça ocorreu após Karla relatar que, ao tentar renovar o passaporte na Superintendência da PF em Cuiabá, foi surpreendida com a existência de uma restrição judicial ainda ativa — mesmo após decisão do próprio juízo que havia devolvido o documento.
O Ministério Público se posicionou favoravelmente ao pedido, reforçando, no entanto, que segue vigente a medida cautelar que obriga a colaboradora a comunicar previamente qualquer saída da Comarca de Cuiabá.
Em sua decisão, a magistrada reafirmou que não há mais risco à aplicação da lei penal que justifique restrições ao passaporte da ex-assessora da Nadaf. Destacou ainda que a permanência da anotação no sistema da Polícia Federal está em desacordo com a decisão judicial já proferida, e, portanto, deve ser imediatamente corrigida.
Operação Sodoma
Karla Cecília de Oliveira Cintra foi condenada pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro a 3 anos, 8 meses e 20 dias de prisão, tendo firmamdo um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
A primeira fase da operação Sodoma foi deflagrada em setembro de 2015, quando foram presos o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, e os ex-secretários de estado, Marcel de Cursi e Pedro Nadaf. De acordo MPMT, os crimes de corrupção de lavagem de dinheiro passavam por três etapas: fraude na concessão de benefícios fiscais, pagamento de propina e lavagem do dinheiro arrecadado ilegalmente.
O esquema começou em 2011, quando um empresário obteve a inclusão de suas empresas no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic). Karla, assessora de extrema confiança de Pedro Nadaf - que também foi diretora da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT) quando Nadaf era presidente da entidade - tinha como função dentro do esquema promover a lavagem do dinheiro recebido por Nadaf, ciente de que estava ajudando o grupo criminoso.
Karla chegou a figurar como sócia na empresa que se prestava a lavar dinheiro para Pedro Nadaf, permitindo que vários imóveis pertencentes de Nadaf fossem colocados em seu nome. Também era a emissora das notas fiscais falsas que mensalmente justificavam o pagamento de propina por parte do empresário envolvido no esquema.
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