THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A juíza Rosângela Zacarkim, da 1ª Vara Criminal de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), condenou três homens e uma mulher pela morte do estudante de Medicina Éric Francio Severo.
O jovem foi assassinado a tiros, aos 21 anos, no dia 27 de dezembro de 2014, após ter a caminhonete roubada, próximo a um bar da cidade.
O julgamento aconteceu na última sexta-feira (11), no Fórum de Sinop.
Juntos, os assassinos pegaram mais de 60 anos de prisão.
Conforme a sentença, Márcio Marciano Batista, de 31 anos, foi condenado a 28 anos e 9 meses em regime inicial fechado, pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) e porte ilegal de arma de fogo.
Ele é apontando pelo Ministério Público Estadual (MPE) como executor da vítima.
Já Rafael Bruno dos Santos Massuco, de 26 anos, foi sentenciado a 22 anos de prisão, também pelo crime de latrocínio.
Ele, segundo a denúncia do MPE, agiu como comparsa de Márcio.
Acácio Batista, de 32 anos, pegou oito anos de pena pelo crime de roubo majorado.
De acordo com o Ministério Público, foi ele quem encomendou o roubo da caminhonete, de dentro de um presídio em São Paulo.
Por fim, Kênia Canachiro, de 26 anos, foi condenada a um ano por posse ilegal de munição, em regime aberto.
Conforme o MPE, ela forneceu as balas para os bandidos matarem Éric. Kênia chegou a ser presa, mas conseguiu a liberdade na Justiça.
Márcio e Rafael estão presos, desde a época do crime, no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop.
Acácio Batista também está preso, mas na Unidade Prisional José Parada Neto, em Guarulhos (SP), onde também cumpre outras penas por crime de tráfico de drogas e roubo.
Os assassinos ainda podem recorrer da sentença, conforme o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
“Nada consola”
Em entrevista ao MidiaNews, o pai do estudante Eric, o advogado e publicitário Leonildo Severo, disse que a condenação dos responsáveis não minimiza a dor da perda do seu filho.
Eu, sinceramente, cumpriria a pena deles na cadeia se eles cumprissem um dia da pena do meu filho, no túmulo
“Eu, sinceramente, cumpriria a pena deles na cadeia, se eles cumprissem um dia da pena do meu filho, no túmulo”, disse.
Leonildo disse que ainda não teve acesso à íntegra da sentença e que deve se reunir, ainda hoje, com o seu advogado para analisar as condenações.
Ele e toda família lutam para aumentar a pena do crime de latrocínio.
A família criou um site com o objetivo de colher assinaturas para um abaixo-assinado, que pede o aumento do tempo de prisão para esse tipo de delito.
Até nesta terça-feira (15), haviam sido colhidas aproximadamente 90 mil assinaturas.
O objetivo final do abaixo-assinado é colher 150 mil assinaturas até abril do ano que vem.
O abaixo-assinado deverá ser entregue à Comissão de Ética e Justiça do Congresso Nacional.
Acesse AQUI e assine o abaixo-assinado.
O crime
Eric Severo, que cursava Medicina na Unisul, em Tubarão (SC), estava de férias em Sinop.
No dia 27 de dezembro, ele saiu com os amigos à noite, na caminhonete do pai, para se divertir.
Por volta de 22 horas, chegou ao bar Botequim e estacionou o carro ao lado de um poste de iluminação pública.
Caminhou cerca de 150 metros até o estabelecimento, quando foi abordado por dois bandidos.
Os assaltantes roubaram a caminhonete e percorreram cerca de 100 km com o estudante no carro e, depois, o mataram.
O corpo foi encontrado às margens de uma estrada entre o Distrito de Primaverinha, em Sorriso, e Lucas do Rio Verde - a 420 km e 360 km da Capital, respectivamente.
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