JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
O advogado Homero Amilcar Nedel, de 59 anos, acusado de agredir o juiz Jorge Hassib Ibrahim, no Fórum de Paranatinga (a 411km de Cuiabá), teve a prisão em flagrante convertida para preventiva (30 dias).
A informação foi confirmada ao MidiaNews pelo delegado da Polícia Civil Pablo Rigo, que está investigando o caso.
O advogado teria invadido o gabinete do magistrado e desferido um soco nos olhos dele, na tarde dessa quarta-feira (26).
A prisão foi mantida após audiência de custódia realizada na tarde dessa quinta-feira (27). Ele deve permanecer preso até que o inquérito do caso seja concluído.
Após o episódio, a Ordem Nacional dos Advogados (OAB-MT),o presidente do Tribunal de Justiça (TJ-MT), desembargador Rui Ramos, e o presidente da Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), o juiz José Arimatéa, se manifestaram e repudiaram o ato.
"A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) – frente ao lamentável episódio ocorrido na tarde desta quarta-feira (26), onde um de seus inscritos agrediu fisicamente um magistrado em Paranatinga/MT - vem a público repudiar o ato e informar que adotará com firmeza medidas administrativas perante seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED)”, diz trecho da nota da OAB.
Para Arimatéa, a agressão sofrida pelo juiz Jorge Hassib Ibrahim foi um “ataque à democracia”.
“Não vamos dizer que é inadmissível, que repudiamos que é um absurdo, pois isto é o óbvio. Vamos dizer, sim, que a agressão é a arma dos imbecis, dos covardes, dos ignorantes”, afirmou.
Já o desembargador Rui Ramos Ribeiro pediu rigor à OAB na punição ao advogado.
“Se fosse o inverso, o juiz teria sido afastado das funções imediatamente pela Corregedoria Geral da Justiça, não tenho a menor dúvida disso”, disse o desembargador, por meio de nota.
Rui Ramos classificou a atitude do advogado como “inimaginável e inaceitável” e reiterou que espera que as devidas medidas sejam tomadas pela OAB.
"Quero crer que as medidas sejam bastante rigorosas e tomadas com premência, com urgência, porque não se pode admitir que isso seja tratado como se fosse um fato corriqueiro. A situação é das piores possíveis, terá nossa especial atenção e a nossa enérgica consideração junto a Ordem dos Advogados”, afirmou.
Entenda o caso
O episódio ocorreu na quarta-feira. Detido, Homero relatou a agressão à polícia.
Conforme o boletim de ocorrência, Homero não concordou com uma atitude tomada pelo juiz em uma audiência em que a filha, também advogada, havia participado no dia anterior.
Na ocasião, o proprietário de uma oficina mecânica – que é parte do processo - teria ofendido a mulher. A filha relatou ao pai que teria se sentido ofendida tanto pelo empresário, quanto pelo juiz, que para ela deveria ter tomado medidas mais enérgicas para conter o homem.
Tomando as dores da filha, Homero foi até a oficina mecânica e tentou matar o empresário. Após o fato, foi até o gabinete do juiz e também o agrediu.
Na delegacia, o advogado foi autuado em flagrante pelos crimes de homicídio doloso na modalidade tentada, lesão corporal, desacato e coação no curso do processo.
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