KATIANA PEREIRA
DO MIDIANEWS
Médicos da rede pública de Cuiabá, que decretaram greve na segunda-feira (6), decidiram suspender o movimento. A categoria realizou um protesto, na frente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), na manhã desta quinta-feira (9). A greve foi suspensa após a liminar concedida pelo desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, que determinou que a categoria mantenha integralmente os serviços nas unidades sanitárias. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 10 mil (Medida Cautelar Inominada nº 94.848/2012 – Cuiabá).
O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed-MT), em reunião com o desembargador, decidiu suspender a paralisação e também acordou que o TJ/MT vai garantir uma audiência de conciliação entre a Prefeitura e o Sindimed. Segundo o desembargador, essa é a nova postura que vem sendo adotada pela Justiça, de buscar meios alternativos para a solução de conflitos e, neste caso específico, garantir a manutenção do atendimento à população.
A audiência será intermediada pelo próprio desembargador e tem o propósito de encontrar uma solução para atender as reinvindicações dos médicos, que alegam péssimas condições de trabalho, defasagem salarial e descumprimento do acordo coletivo firmado após a greve de 2009. A expectativa é de que a reunião seja marcada para sexta-feira (10).
Greve
A decisão pela greve foi deliberada durante assembleia-geral da categoria, realizada na noite do último dia 31. A categoria cobra o pagamento de duas verbas indenizatórias atrasadas, que correspondem a 60% da remuneração.
O Sindimed relata que o piso salarial pago pela Prefeitura é revoltante e está muito abaixo do valor referendado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O piso salarial proposto pela Fenam é de R$ 9,10 mil, por 20 horas trabalhadas. A Prefeitura paga R$ 2,2 mil, pelas 20 horas. A falta de estrutura nas unidades e a sensação de insegurança também são motivos de reclamações.
“Médicos estão apanhando, sofrendo agressões verbais. Ocorre que o cidadão vai procurar atendimento, as filas são enormes e a estrutura é péssima, eles ficam revoltados e descontam nos médicos. Falta até cadeira em alguns locais, está tudo sucateado”, disse a médica Elza Queiros, presidente do Sindimed.
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