THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, negou pedido de liberdade ao ex-servidor da Secretaria de Educação (Seduc), Fabio Frigeri, denunciado na Operação Rêmora sob suspeita de envolvimento em um suposto esquema de fraudes em licitações na Pasta.
A decisão é desta segunda-feira (16). O teor do documento ainda não foi divulgado.
Frigeri voltou a ser preso no dia 19 de junho após descumprira proibição de manter contato com os demais acusados do esquema, e enviado mensagens de textos ao celular de Rúbia Moraes, esposa do ex-secretário de Educação do Estado, Permínio Pinto.
O acusado havia sido preso pela primeira vez em maio de 2016. Em dezembro daquele ano, ele teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares.
Na ação penal, Frigeri foi apontado como o braço-direito de Permínio – que é réu confesso - no esquema e seria responsável por repassar as informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer, para garantir que as fraudes nos processos licitatórios fossem exitosas, além de cobrar propina dos empresários.
Ameaças pelo WhatsApp
A suposta intimidação foi revelada pelos advogados Valber Melo e Artur Osti, que fazem a defesa de Permínio Pinto.
Segundo eles, no dia 25 de janeiro deste ano, Fábio Frigeri enviou uma mensagem, via WhatsApp, ao celular da esposa de Permínio com a seguinte afirmação: “Bom dia. Tudo bem? Avisa seu marido que vou procurá-lo, ele sabe exatamente porque!”.
Após receber a mensagem, Rubia relatou o fato ao advogado Artur Osti, que a aconselhou a bloquear o contato de Frigeri, “impossibilitando, portanto, qualquer forma de contato por parte do mesmo por aquela via”.
A esposa de Permínio também informou aos advogados que Fábio Frigeri e a esposa Sueli Frigeri foram até o local de trabalho da sua mãe, perguntando por ela e pelo ex-secretário.
Rúbia ainda relatou que neste ano ela e Permínio viram o ex-servidor circulando a pé nas redondezas da casa do pai do ex-secretário, onde ela e o marido estavam morando provisoriamente.
Diante dos fatos, a defesa de Permínio enviou uma mensagem a Frigeri, alertando-o de que as cautelares impostas pela Justiça o impedem de tentar contato com o ex-secretário, assim como com os demais réus e testemunhas do processo.
Já o ex-servidor, conforme a petição, teria insistido em dizer que iria procurar Permínio. “Sim eu sei. Sim, eu vou procurá-lo, ele sabe porque! Sim, você sabe do que se trata. Obrigado. Passar bem”, diz a resposta atribuída a Frigeri.
A defesa contou que pouco tempo depois, no dia 29 de janeiro, Frigeri usou o celular da esposa para voltar a mandar mensagens ao celular da mulher de Permínio.
“Bom dia. Me bloquear no WhatsApp, bem previsível, mas não vai resolver nada, a menos que pretendam sair do país eu sei onde encontrar cada um de vocês, mande um forte abraço para ‘meu irmão’, tenha uma excelente semana! Fabio”, diz a mensagem.
Em documento à Justiça, a defesa disse que Permínio repudia a “atitude rasteira” de Frigeri em tentar passar recado a ele, usando termos agressivos “como forma de intimidação baixa e covarde”.
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