ALLAN PEREIRA
Da Redação
O motorista Cleumar Kort, preso por ter matado o servidor e vereador Alfredo Krause dentro da sede de órgão do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) no município de Vera, teve a prisão em flagrante convertida para a preventiva nesta quinta-feira (06).
O juiz Victor Lima Pinto Coelho, da Vara Única de Verea, considerou a gravidade do crime, o risco à ordem pública, a periculosidade da ação de Cleumar e os indícios suficientes de autoria para dar a decisão.
Cleumar matou Alfredo com um tiro de espingarda, no início da tarde desta terça-feira (04), dentro da sede do 55ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) do Detran. Ele acertou o peito, próximo ao coração, da vítima.
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O suspeito teria comparecido ao Ciretran na parte da manhã e pagou o valor informado da vistoria. No período da tarde, ele levou o veículo para ser submetido à vistoria, que foi reprovado por Alfredo. O motivo da rejeição era por conta da dificuldade de identificação no número de chassi do carro do suspeito.
Alfredo informou a Cleumar que teria que pagar novamente para que fosse realizada outra vistoria em seu carro - o que irritou o motorista. A polícia aponta que o suspeito também poderia estar sob possível estado de embriaguez. O motorista foi para sua residência em seguida, buscou a espingarda, três cartuchos e retornou ao 55º Ciretran.
Ao chegar no local, ele estacionou seu veículo e foi em direção ao setor de vistoria, com a espingarda carregada nas mãos e um cartucho no bolso. Cleomar apontou a arma de fogo em direção à vítima, disse: “Eu vim aqui trazer o que cê queria” e realizou o disparo. Ele carregou novamente a espingarda e atirou na fachada do citado órgão para assustar a outra atendente.
Na sequência, Cleumar colocou a espingarda em seu veículo e dirigiu-se rumo à Feliz Natal por uma estrada de terra.
A roda dianteira esquerda do carro caiu durante a fuga e, com isso, Cleumar teve que retornar a pé para Vera. Ele escondeu a espingarda no mato e, ao chegar em uma oficina local, avistou a viatura da Polícia e saiu pulando os muros das casas até a Rua do Bahamas, onde foi preso.
O juiz Victor Lima decidiu pela prisão de Cleumar por estar armado, não dar chance de defesa para a vítima, matar Alfredo dentro de um órgão público, atingir o servidor no peito, ter fugido da cidade e possuir uma passagem pela polícia por crime no trânsito.
"Portanto, a prisão em flagrante deve ser convertida em preventiva (artigo 310, II, do CPP), uma vez que, essa é a medida imprescindível para preservar a ordem pública, acautelar a tranquilidade do meio social e evitar a reiteração delitiva do acusado. Urge também destacar que, o agente, se solto prematuramente e com a sensação de impunidade, estaria estimulado a continuar a delinquir, o que violaria o direito fundamental social à segurança pública", escreve o juiz.
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