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JUSTIÇA Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2016, 17:58 - A | A

18 de Fevereiro de 2016, 17h:58 - A | A

JUSTIÇA / EFEITO CADEIA

Nadaf diz que pensões dos filhos estão atrasadas há quatro meses

Ex-chefe da Casa Civil foi interrogado no Fórum; depoimento de Silval será no dia 23

AIRTON MARQUES E THAÍZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO



O ex-secretário de Estado da Casa Civil, Pedro Nadaf, está sendo submetido a interrogatório na tarde desta quinta-feira (17), na Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

A audiência é conduzida pela juíza Selma Arruda. Ele é réu da ação penal derivada da Operação Sodoma, que investiga suposto esquema que teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014, por meio de cobrança de propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).

A ex-secretária de Nadaf na Fecomércio, Karla Cecília de Oliveira Cintra já foi interrogada nesta tarde.

A previsão é que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB)  também seja interrogado ainda hoje

Na quarta-feira (17) foram interrogados oex-secretério de Estado, Marcel de Cursi, o ex-procurador do Estado Francisco Lima, o "Chico Lima" (que foi preso após sair do Fórum) e o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Araújo.

Nadaf começou seu interrogatório afirmando ser inocente.

Ex-secretário diz que foi procurado por João Rosa (atualizada às 17h20).

Nadaf afirmou que em janeiro de 2012, João Batista Rosa, delator da Operação Sodoma, o procurou pedindo para contratá-lo a fim de realizar um serviço de consultoria para o grupo de empresas dele.

"Em janeiro de 2012 ele me procurou dizendo que gostaria de contratar os meus serviços técnicos. Disse a ele: “Eu posso prestar este serviço de consultoria. Vou fazer uma proposta a você’. E daí definimos uns valores”, declarou o ex-secretário.

Nadaf disse que nesta época ele propôs a formalização de um contrato, no entanto João Rosa negou.

Delator tinha "caixa 2", diz Nadaf (atualizada às 17h40)

Segundo o ex-secretário, João Rosa disse que tinha um "caixa 2" dentro da empresa.

"Ele me disse: 'Eu tenho um caixa 2 aqui na empresa para realizar uma série de pagamentos desta natureza. É uma prática que tenho dentro da empresa'"

Ainda segundo Nadaf, Rosa tinha esse 'Caixa 2' dentro da empresa onde realizava pagamentos, por meio de cheques de pequeno valor.

Segundo Nadaf, entre 2012 e 2013, João Batista começou a lhe pagar R$ 30 mil em cheques "pulverizados".

Nadaf relata que em setembro de 2013, João Rosa lhe procurou alegando que não conseguiria mais fazer os pagamentos pelos serviços de consultoria a suas empresas, por meio de cheques.

Por isso, eles firmaram um contrato de 60 meses, por meio de sua empresa NBC Assessoria.

O ex-secretário declarou que o contrato foi rescindido em abril de 2015. "Em março de 2014, tive um problema de relacionamento com minha ex-esposa Geiziane. Disse que não teria mais como continuar o serviço, pois iria morar em São Paulo, com meu filho. Rescindimos o contrato em abril de 2015", disse Nadaf.

Depois disso, conforme Nadaf, João Rosa começou a sofrer com problemas referentes aos incentivos as suas empresas, já que houve o relatório do Cedem.

João Rosa, segundo Nadaf, o procurou preocupado e disse que o secretário Seneri Paludo, estava na reunião do Cedem com documentos em mãos, onde estava em pauta a expulsão de suas empresas do Prodeic.

Foi quando, de acordo com o depoimento de Nadaf, João Rosa pediu para que ele o ajudasse novamente, afirmando que lhe pagaria mais um mês do serviço que ele prestava anteriormente, para que solucionasse as irregularidades apontadas pelo Cedem.

"Passado 15 dias uma pessoa contratada por ele veio me procurar. Ele me disse que os documentos de questões ambientais, o empresário já estava correndo para resolver, e que gostaria que eu fizesse a defesa técnica dele", disse Nadaf.

Por conta desta defesa técnica, o ex-secretário disse que conversou com João Rosa e estabeleceu mais um valor: R$ 15 mil.

Pedro Nadaf diz que procurou Marcel de Cursi para buscar orientações (atualizada às 17h50)

Diante da situação, segundo o ex-secretário, ele afirmou que disse ao empresário João Rosa que iria procurar o ex-secretário da Sefaz, Marcel de Cursi, para buscar orientações.

A ajuda de Marcel seria na área do fisco.

O ex-secretário da Casa Civil completou que garantiu ao dono da Tractor Parts de que enviaria nota fiscal referente aos R$ 45 mil recebidos.

Na continuidade do interrogatório, Nadaf disse que após este acerto, João Rosa sumiu.

Passado 40 dias, o empresário teria lhe mandado uma mensagem marcando uma reunião na sede da Tractor Parts, onde ele apresentaria documentos referentes a questões ambientais de sua empresa. João Rosa, segundo Nadaf, gostaria de uma orientação sobre isso.

"Antes de ir na reunião com João Rosa, empresários afirmaram que ele não estava bem de saúde. e ainda que tinha arrumado um caminho mais fácil para resolver os problemas dele", disse Nadaf.

Por conta dessa conversa, Nadaf afirmou que entendeu que João Rosa poderia ter procurado uma delação premiada para resolver, de qualquer forma, os problemas de enquadramento de suas empresas no Prodeic.

Na reunião realizada na empresa de João Rosa, segundo Nadaf, ele questionou o empresário sobre a suposta delação. Pergunta que foi negada pelo dono da Tractor Parts.

MPE questiona Nadaf (atualizada às 18h25)

Sobre detalhes do trâmite percorrido pelo empresário João Rosa, para ser enquadrado no Prodeic, Nadaf declarou que o processo de concessão do benefício para o empresário teve início com um protocolo de intenções e uma carta consulta.

A promotora Ana Cristina Bardusco perguntou sobre um decreto assinado em dezembro de 2014 por Nadaf e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O ex-secretário disse se recordar do fato, mas ressaltou que assinava muitos decretos.

"Eu assinava por dia, junto com o governador, cerca de 200 documentos", afirmou.

Questionado, Nadaf negou que tenha falado com um funcionário da City Lar para que ele procurasse João Rosa. O funcionário, segundo a denúncia, teria ido na casa do empresário, questionado sobre a delação premiada e tentado marcar um encontro entre o dono da Tractor Parts e o ex-secretário da Casa Civil.

Meu nome está na lama, diz ex-secretário (atualizada às 18h50)

Questionado pela promotora de Justiça sobre quais as empresas para as quais também prestou serviço, por meio da NBC Assessoria, Nadaf preferiu não responder.

"A senhora há de convir que meu nome está na lama. Então, vou me guardar ao direito do sigilo profissional, para não divulgar o nome destas empresas, pois elas são de renome", disse Nadaf.

MPE questiona conversas de  Nadaf no WthatsApp (atualizada às 19h20)

A promotora Bardusco começa a questionar Nadaf sobre as conversas de wthatsApp que foram descobertas por meio de relatório técnico da operação Sodoma.

Uma das mensagens enviadas à sua ex-mulher Geiziane revela que seu advogado teria lhe orientado a ir para Chapada dos Guimarães.

Nadaf afirmou que, por temer passar por um processo vexatório, pois ele não queria ser preso em sua casa na Capital, às 6 horas da manhã, ele pensou em ir para sua casa no outro município. 

Já sobre as mensagens trocadas com o ex-delegado geral da Polícia Civil, Anderson Garcia, Nadaf declarou que conheceu o delegado no governo e se aproximaram nas ações relacionadas à Copa do Mundo de 2014.

Por conta disso, em setembro, um dia antes de ser preso, procurou Anderson para tirar dúvidas quanto à compra de uma arma de cano longo, que seria usada na chácara da qual é proprietário.

Além disso, o ex-secretário relatou que Anderson tirou algumas dúvidas sobre apontamentos feitos pelo TCE-MT, quanto à gestão do delegado na diretoria da PJC-MT.

Sobre a denúncia realizada por um dos delatores, o dono de factoring Filinto Muller - que em depoimento declarou que o ex-procrurador do Estado, Chico Lima, teria dito que atuava em nome do ex-governador Silval Barbosa e do próprio Nadaf -, o ex-secretário disse que isso não é verdade.

Nadaf diz que Eder fez declarações mentirosas contra ele: "Nunca tive um centavo no exterior" (atualizada às 19h30)

A promotora Ana Cristina questionou Nadaf sobre um depoimento prestado pelo ex-secretário Eder Moraes a Justiça Federal. Neste interrogatório, Eder teria dito que, além do ex-procurador Chico Lima, Pedro Nadaf também era responsável pelas questões financeiras do grupo político de Silval Barbosa.

Após este depoimento, Eder chegou a pedir retratação. Nadaf declarou que Eder fez declarações mentirosas contra ele.

"Tive problemas de relacionamento profissional que se tornou problema pessoal dentro do Governo. Tinha minhas convicções e isso criou certo atrito com Eder. Ele fez muitas imputações ao meu respeito que são mentirosas. Nunca tive um centavo que seja no exterior. Fez isso para me atingir", afirmou o ex-secretário. 

A promotora Ana Cristina Bardusco encerra seus questionamentos.

Defesa do ex-governador Silval Barbosa começa a fazer perguntas (atualizada às 19h40)

O advogado Valber Melo questiona Nadaf sobre o processo da publicação de decretos pelo Executivo Estadual.

Nadaf diz que o Governo tem uma Superintendência Técnica de Atos e Decretos, onde servidores analisam todos estes decretos.

Ele alega que os secretários e o governador assinam diversos decretos e atos diariamente e muitos deles chegavam apenas com a minuta.

De acordo com a denúncia oferecida pelo MPE, pouco antes de transmitir o cargo, Silval Barbosa assinou o decreto 2.691, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 29 de dezembro de 2014, declarando a realização de vistorias em três empresas inscritas de forma supostamente fraudulenta no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), o sistema de incentivos fiscais do Estado.

Defesa de Marcel de Cursi faz perguntas  Nadaf (atualizada às 19h50)

Ao advogado Roberto Tardelli, Nadaf diz que não participou de nenhuma organização criminosa com o ex-governador Silval Barbosa.

Além disso, garantiu que nunca coagiu o empresário João Rosa, para extorqui-lo, por meio do pagamento de propina, para que suas empresas continuassem recebendo incentivos fiscais.

"Doeu mais do que a prisão. Pois jamais fiz isso com ele [João Rosa] ou com qualquer outra pessoa", declarou Nadaf sobre a pergunta feita pelo advogado Tardelli, que o questionou sobre a afirmação feita por João Rosa, de que foi "brutalmente extorquido pela organização criminosa".

Ex-secretário diz que prisão prejudica vida dos seus filhos (atualizada às 20h20)

Na audiência,  Nadaf afirmou que é o responsável por manter financeiramente grande parte de seus familiares, como mãe, irmãs e filhos.

Por conta da prisão, segundo ele, as pensões dos seus filhos estão atrasadas há quatro meses. 

Além disso, declarou que um dos seus filhos está trancando a faculdade em São Paulo e voltando para Cuiabá.

A audiência continua com questionamentos de advogados de defesa.

O advogado João Nunes, que realiza a defesa do ex-procurador Chico Lima, questiona Nadaf sobre ameaça por telefone recebida pelo empresário João Rosa, logo após a deflagração da operação - quando uma mulher teria ligado em sua casa e perguntado a sua empregada: "A viúva do seu João Rosa está?". O ex-secretário afirma que não mandou ninguém fazer ameaças e desconhecer o fato.

Aos advogados Ulisses Rabaneda e Francisco Faiad, que também fazem a defesa de Silval, Nadaf declarou que é filiado ao PR e não coordenou a campanha do ex-governador nas eleições estaduais, em 2010.

Além disso, garantiu que em 2012, se manteve neutro nas eleições municipais da Capital, mesmo tendo o seu partido apoiando a então candidatura de Mauro Mendes (PSB) e o governador, o candidato Lúdio Cabral (PT).

Interrogatório de Pedro Nadaf é encerrado (atualizada às 21h).

A juíza Selma Arruda remarcou o interrogatório do ex-governador Silval Barbosa, previsto para hoje, para o dia 23 de fevereiro a partir de 14h na Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

 

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