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JUSTIÇA Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2011, 10:13 - A | A

23 de Dezembro de 2011, 10h:13 - A | A

JUSTIÇA / ESTELIONATO EM MT

Ofertódromo é denunciado na Polícia Judiciária Civil

Empresas fornecedoras afirmaram que site não repassa pagamento aos fornecedores

DA ASSESSORIA



Pelo menos dez empresas fornecedoras de serviços na internet denunciaram um conhecido site de compras coletivas. O site Ofertódromo estaria promovendo vendas e não repassando o pagamento aos fornecedores, entre eles academias e restaurantes.

O caso é investigado pela Delegacia de Estelionato, no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC), do Planalto. A Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) auxiliará nas investigações.

A Gecat tem em andamento mais de 30 investigações de crimes cometidos com uso da internet. A Gerência apura dois casos de falsos sites de compra pela internet, montados exclusivamente para dar golpes em pessoas. Os sites oferecem produtos com descontos mais baratos do que os do mercado. As vítimas pagam os boletos ou com uso de cartão de crédito e não recebem os produtos.

Uma das vítimas do site Ofertodromo denunciou que fez contrato com a empresa Vox Publicidade, mantenedora do site, com sede na Rua Barão de Melgaço, em Cuiabá, para venda e ofertas de produtos e serviços com descontos pela internet. A vítima dona de uma peixaria informou que forneceu mais de 100 refeições, porém, não recebeu o pagamento do site, uma vez que o cliente paga com cartão de crédito e o site emite um cupom que lhe dá o direito de consumir o produto. Um percentual da venda fica com o site e outro é repassado ao fornecedor.

A vítima contou que por diversas vezes tentou manter contato com empresa, mas tudo foi em vão, pois o escritório de Cuiabá estaria fechado. O sócio o site, Alexis Rodrigo Borges Reis Me, e o gerente Albert Carlos Oliveira foram interrogados na tarde de terça-feira (20.12).

Os dois contaram que o site lança a oferta e o pagamento é feito para uma empresa de credenciada a vários cartões de créditos, que fica com 5,6% do valor e repassa 22,4% para o site. O anunciante recebe um total de 70% da venda. Este pagamento que deveria ser repassado às empresas fornecedoras foi apropriado pelos sócios do site, que alegaram ter comprado um terreno e por isso precisou usar o dinheiro.

A delegada Valéria Pimenta, informou que após as queixas dos fornecedores o site suspendeu as vendas, mas a página ainda está em atividade. Conforme a delegada, até agora nenhum consumidor que adquiriu os serviços reclamou na Polícia. “O consumidor que contratou o site foi lesado e isso está comprovado. Já o consumidor da ponta, que comprou, pagou e se não recebeu o produto também foi lesado, porém este ainda não reclamou”, disse.

O gerente e o sócio foram indiciados por apropriação indébita. “O prejuízo aqui foi para as empresas fornecedoras”, frisou a delegada.

A delegada orienta as vítimas formalizarem a denúncia com o registro de boletim de ocorrência, seguido de cópia do contrato, cheques protestados e outros documentos que comprovem o vínculo com site e a falta de pagamento. Já o consumidor que adquiriu o produto suspenso pelo fornecedor, deve também fazer o registro munido do recibo de compra. Todas as vítimas serão intimadas para depor na Delegacia.

GECAT

A Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), da Polícia Judiciária Civil, lançou neste ano uma cartilha com várias dicas e orientações aos consumidores na hora de fazer compras pela internet. A principal delas é se certificar que está comprando em um site de confiança e que tenha um endereço físico. Para isso, é importante ter referências e, o mais importante, prudência e bom senso ao analisar as ofertas.

Para a delegada chefe da Gecat, Maria Alice Amorim, os golpes pela internet se tornam mais comuns nesta época devido as festas de fim de ano, quando as compras pela internet aumentam. “As pessoas acham que estão levando vantagens ao comprarem produtos baratos e acabam vítimas”, ressalta.

A Gecat orienta que ao realizar uma compra pela internet, registre toda a negociação e transação, guarde todos os comprovantes de pagamentos (boletos, canhotos de depósitos os remessas de valores), mensagens de e-mail enviadas e recebidas, anúncios e ofertas dos produtos, negociações realizadas, telas do site de compra e toda a comunicação estabelecida com a loja. As páginas da internet devem ser impressas com o endereço legível no rodapé da página ou na barra de endereços do navegador quando não houver imagem. Se mesmo diante de todas essas precauções você for vítima de fraude, preserve todas as informações na forma original. Isso facilitará o trabalho de investigação.

A cartilha com dicas de segurança na internet está disponível no site da Polícia Civil (www.policiacivil.mt.gov.br) no menu Dicas de Segurança.

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