ALLAN PEREIRA
Da Redação
O tenente-coronel Marcos Eduardo Ticcianel Paccola (Republicanos) foi condenado a quatro anos e seis meses de reclusão por falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações, na noite desta sexta-feira (16), pela 11ª Vara Criminal da Justiça Militar de Cuiabá.
A condenação saiu em ação penal decorrente da Operação Coverage, na qual policiais militares são acusados de fraude nos registros de armas, que teriam sido usadas por um grupo de extermínio formado por policiais conhecidos como "Mercenários".
Na mesma decisão, o 2º Tenente PM Cleber de Souza Ferreira foi condenado a dois anos de reclusão pelo crime de falsidade ideológica. Ele e Paccola devem cumprir inicialmente a pena em regime aberto. Eles podem recorrer da decisão do juiz Marcos Faleiros.
O Ministério Público havia pedido, nas alegações finais, a condenação de Paccola e Cleber por apropriação de bem público e a perda do cargo policial. Mas Faleiros não atendeu a solicitação e absolveu os dois do crime, além de mantê-los como policiais.
Os outros denunciados pelo Ministério Público, os tenentes Sada Ribeiro Parreira e tenente Thiago Satiro Albino, foram absolvidos da denúncia do Ministério Público.
De acordo com as alegações finais do MP, relatório técnico da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) mostrou diálogos no Whatsapp, mantidos entre Paccola, Ferreira e Berison, para inserir dados falsos em históricos de arma de fogo encaminhados pelo Comando-Geral da PM ao Exército Brasileiro.
O registro da pistola teria sido alterado para apagar sua relação com os assassinatos da Mercenarios.
Para o MPE, "verificou-se a necessidade de apagar todas as arestas do crime de falsidade ideológica, razão pela qual os acusados Ten Cel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola, 2º Ten PM Cléber de Souza Ferreira e 3º Sgt PM Berison Costa e Silva, agindo em coautoria delitiva, inseriram os dados falsos no sistema SIRGAF da PM/MT".
Paccola também deve enfrentar outro processo na Justiça referente ao disparo que matou o agente agente do socioeducativo, Alexandre Myagawa, em 1º de julho deste ano. Por esse homicídio, ele teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Cuiabá, em agosto. Ele tenta reverter cassação com recursos na Justiça.
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