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JUSTIÇA Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2021, 15:37 - A | A

22 de Fevereiro de 2021, 15h:37 - A | A

JUSTIÇA / GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Perícia conclui que ex-Sesp tentou “blindar” governo Taques

Relatório com quase 200 páginas mostra perícia do celular do ex-secretário de Segurança Rogers Jarbas

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO



Um relatório da Polícia Civil detectou uma possível tentativa do ex-secretário de Estado de Segurança Rogers Jarbas de “blindar” o governo Pedro Taques no caso dos grampos ilegais.

O documento foi produzido pela força-tarefa que investiga as interceptações telefônicas clandestinas que ocorreram em meados de 2015, caso conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.

O relatório foi produzido a partir de conversas que Jarbas teve com diversas pessoas em 2017 por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. O aparelho celular foi apreendido na Operação Esdras, quando Jarbas foi preso por suposta tentativa de atrapalhar as investigações sobre as escutas clandestinas.

Conforme o levantamento, Jarbas teria se utilizado por vezes do cargo de chefe da Segurança do Estado para cooptar delegados da Polícia Civil para seu lado e tentar atrapalhar as investigações.

“Trata-se de uma análise preliminar [...] Durante o período de todas as conversas, Rogers demostra articulações políticas, traz para si a responsabilidade de dar suporte ao grupo político, de forma a blindar o Governo, fica evidente que por diversas vezes tenta atrapalhar a investigação sobre as interceptações ilegais, usa o cargo de Secretario de Segurança Pública para atrair seus pares delegados de Polícia”, conclui os investigadores no fim do documento, que tem 184 páginas.

Conversa com governador

O relatório aponta que Jarbas e o então governador Pedro Taques se falavam quase que diariamente pelo aplicativo.

No dia 12 de setembro de 2017, em uma troca de mensagens, ambos se mostram indignados possivelmente com uma reportagem. “Palhacada”, disse um ao outro. 

Rogers então emenda: “Vamos para cima. Vamos mover ações indenizatórias. Via juizado para ser julgado logo”. 

Taques então responde: “Faça mesmo”. No dia posterior mais ligações de Taques a Jarbas são registradas. 

No dia 15 de setembro, Jarbas aponta que há uma representação na Procuradoria Geral de Justiça e que o desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso na segunda instância, já havia despachado.

Taques pergunta “qual?”. Rogers então responde: “Estou tentando saber”.

Acesso a processos

Um outro trecho mostra que Jarbas teria usado sua influência com o coronel da Polícia Militar Rhaygino Setúbal, à época coordenador Militar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, para ter acesso a cópias de documentos relativas à investigações dos grampos.

Em 9 de agosto daquele ano Rogers encaminha mensagem ao coronel da PM: “Setúbal, bom dia. Por favor, verifique para quem endereço pedido de copia do Pedido de Providências 91285/17, da lavra do desembargador Orlando Perri. [...] Só para saber onde protocolizo o pedido de cópias”.

De acordo com a investigação,  “provavelmente o investigado [Rogers] pretendia protocolar documento pedindo copias, e pediu ajuda para saber onde protocolar”.

O então coordenador militar diz que está em viagem e o retorno será no dia seguinte. No levantamento, não há nada sobre o desfecho do pedido de Rogers.

Já no dia 20 de julho daquele ano, Rogers encaminha um áudio ao policial militar - apagado e não recuperado pela perícia - seguido de uma mensagem que recebeu da pessoa identificada como Idejair. 

O homem pediu a Jarbas para ele “de uma força” através do então presidente do TJMT, desembargador Rui Ramos na celeridade e ordenamento da implantação do processo. Posterior, o interlocutor envia áudio - apagado e não recuperado pela perícia -,  e Jarbas finaliza a conversa com “Obrigado meu amigo”.

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