Da Redação
O deputado federal José Medeiros (Podemos) é citado, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em um grupo de influenciadores digitais que propagaram hashtags dos atos antidemocráticos em 2020.
A citação do nome do parlamentar mato-grossense é feita em inquérito do Supremo Tribunal Federal, que investigar possíveis atentados à democracia realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2020.
O inquérito está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes,
O nome de José Medeiros foi citado em uma petição do vice-procurador-geral, Humberto Jacques de Medeiros, para que fossem quebrados os sigilos bancários e telemáticos de envolvidos nos atos, em 26 de maio de 2020.
O parlamentar, no entanto, não foi alvo dos pedidos.
Medeiros é relacionado no núcleo de “influenciadores digitais e hashtags” que promoveram os atos antidemocráticos nas redes sociais e em aplicativos de mensagens.
Humberto Medeiros escreve que o principal membro desse núcleo é o empresário Otavio Oscar Fakhory, que administrava grupos de Whatsapp em apoio ao presidente e aos atos antidemocráticos, e também ligado ao canal no YouTube Crítica Nacional.
A PGR relata que “perfis anônimos propagam desinformações nas redes sociais, repassando-as por meio de textos escritos, fotos ou links para artigos online, ou, ainda, levantando-se hiperligações e palavras-chaves ou termos antecedidos pelo sinal da cerquilha (#) associados às informações, aos tópicos ou às discussões em questão”.
“No Twitter, cascatas de mensagens de baixa qualidade são geradas quando os influenciadores fazem afirmações sobre um tópico em um tuíte. Esse processo de difusão é capaz de produzir inúmeras outras instâncias de um padrão de leitura que exibem uma cadeia de retuítes ininterrupta com uma origem comum e singular, o que explica que as hashtags de expressões como intervenção militar com Bolsonaro no poder" e "STF inimigo do Brasil" tenham sido alçadas, recentemente, aos assuntos mais comentados do servidor de microblogging”, diz trecho do documento.
De acordo com a PGR, há um “rápido alastramento” das mensagens, o que resulta na impressão de que a mobilização em favor da ruptura institucional teria apoio e respaldo da população em geral.
As mensagens, no entanto, são amplificadas por robôs.
Foram destacadas duas hashtags são elencadas: “#MaiaTemQueCair”, em referência ao então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e “#TodoPoderEmanaDoPovo”, que indicava o fechamento do STF.
“Registre-se, por oportuno, que ambas as hashtags ainda foram objeto de intensa difusão no Twitter nos últimos sete dias, o que, no caso da segunda, pode ser atribuído especialmente ao perfil@JoseMedeirosMT, do deputado federal José Medeiros”, registra a PGR.
Hashtag é um termo associado a assuntos ou discussões que se deseja indexar em redes sociais, inserindo o símbolo da cerquilha (#) antes da palavra, frase ou expressão.
Quando a combinação é publicada, transforma-se em um hiperlink que leva para uma página com outras publicações relacionadas ao mesmo tema.
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