MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O Ministério Público Estadual (MPE) mandou de volta para a Polícia Civil a investigação por crimes de trânsito contra Janaina Maria Santos Cícero de Sá Caldas, namorada do agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa de Barros, o "Japão". No documento, o MPE cita que a polícia não fez bafômetro nem apresentou o relatório que demonstraria que Janaina estaria embriagada no dia da morte de Japão.
O agente foi assassinado com três tiros nas costas dados pelo policial militar da reserva e vereador cassado Marcos Eduardo Ticianel Paccola (Republicanos) em 1º de julho. A situação que levou à morte de Alexandre Miyagawa teve início quando Janaina, supostamente embriagada, entrou na contramão em uma rua próxima a uma distribuidora na região do Goiabeiras.
A promotora de Justiça Sasenazy Soares Rocha Daufenbach narra que por volta das 19h daquela sexta-feira, Janaina dirigia um Nissan Kicks, de cor branca, "com sua capacidade psicomotora visivelmente alterada em razão de consumo de bebida alcoólica, pela Rua Presidente Artur Bernardes, no bairro Duque de Caxias, nesta capital, quando, no cruzamento com a Av. Senador Filinto Muller, teria desrespeitado a sinalização de parada obrigatória existente no local, efetuando o cruzamento da citada Avenida em alta velocidade e ignorando a preferência de passagem dos veículos que trafegavam".
Leia mais:
Vereador Marcos Paccola é cassado na Câmara por assassinato de agente
MP é contra reconstituição do assassinato de agente por Paccola
O carro dirigido por Janaina bateu em um Honda City, de cor prata, causando danos avaliados em R$ 2 mil. Em seguida, ela entrou no prolongamento da Rua Presidente Artur Bernardes na contramão, e só não bateu em uma moto Yamaha porquê o motociclista desviou rapidamente.
"Infere-se dos autos que, em que pese conste que a indiciada estava com sua capacidade psicomotora visivelmente alterada em razão de consumo debebida alcoólica, não fora realizado teste de etilômetro e nem consta no autuado o Auto de Constatação da resolução 432 do Contran", registrou a promotora de Justiça.
Daufenbach pontuou ainda que o inquérito da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran) não informa se havia nas proximidades escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, ruas estreitas, ou se era um local de grande concentração de pessoas, gerando risco de danos. Essas situações poderiam agravar as acusações contra Janaina.
O MPE pediu que "seja apurado se no local que ocorreu o acidente há alguns dos ambientes descritos no art. 311 do Código Penal, quais sejam, se há nas proximidades escolas ou hospitais ou estações de embarque e desembarque de passageiros ou logradouros estreitos, ou, ainda, se é local de grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano".
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.