DA REDAÇÃO
A Secretaria de Estado de Segurança Pública afirmou que as investigações da segunda fase da Operação Sodoma, deflagrada na manhã desta sexta-feira (11), confirmaram a utilização de propina para a compra de um imóvel localizado na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, próximo da Unic.
O imóvel estava em nome da empresa Matrix Sat Rastreamento de Veículos Ltda., que tinha como um dos sócios André de Souza Maggi, filho do senador Blairo Maggi (PR), e mais quatro pessoas. "Ele [André Maggi] é um dos sócios da empresa", informou o delegado Lindomar Tofolli.
Segundo a Polícia Civil, parte dos cheques repassados como pagamento de propina a servidores públicos, através de fraudes no programa de incentivos fiscais de Mato Grosso, foram utilizados para aquisição do imóvel.
O terreno teria sido comprado pelo pai do ex-secretário de Estado Cezar Zílio, um dos presos nesta manhã. Em setembro do ano passado, André Maggi admitiu que recebeu cheques, que teriam somado R$ 19 mil, do empresário e delator da Sodoma, João Batista Rosa.
Segundo o filho do senador Blairo Maggi, os cheques, depositados em sua conta, são referentes ao pagamento de uma parcela da venda do terreno.
Os cheques do delator foram emitidos em 2013 por suas empresa, a Casa da Engrenagem Ltda. Rosa disse que pagou R$ 2,6 milhões a Nadaf, para continuar a ser beneficado pelo Prodeic.
A operação
A Polícia Civil cumpriu vinte e uma ordens judiciais, decretadas pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado, sendo 11 mandados de buscas e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e cinco mandados de condução coercitiva.
As investigações foram conduzidas pela Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Contra a Administração Pública e Contra a Ordem Tributária).
O operação Sodoma 2 apura conduta dos membros da organização criminosa na utilização de recursos provenientes do pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Já estão confirmados os cumprimentos de cinco mandados de prisão contra os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf (Indústria e Comércio), Marcel Sousa de Cursi (Fazenda), César Roberto Zílio (Administração); Willian Paulo Mischur (Consignum – empresa de empréstimo consignado para servidores públicos); e Karla Cecília de Oliveira Cintra, assessora direta de Pedro Nadaf, que na primeira fase da operação Sodoma teve medida cautelar para uso de tornozeleira eletrônica decretado e agora foi expedida ordem de prisão.
Os ex-secretários de Indústria e Comércio e de Fazenda, Pedro Jamil Nadaf e Marcel Sousa de Cursi, respectivamente, estão presos desde a primeira fase da operação Sodoma, em setembro de 2015, no Centro de Custódia de Cuiabá.
"Essa é mais uma ação dos eixos prioritários da nova política de segurança pública, que é o combate vigoroso à corrupção. Temos que ser implacáveis com a corrupção e virar essa triste página da história do Brasil e de Mato Grosso. Um Estado só pode ser justo e eficiente se extirpar esse mal", destacou o secretário de Estado de Segurança Pública, Fábio Galindo.
Participam da operação cerca de 60 policiais civis, entre delegados, escrivães, investigadores de polícia, da Delegacia Fazendária, Delegacia de Meio Ambiente, Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), unidades da Diretoria de Atividades Especiais, e da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá e peritos forense em computação da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Primeira Fase
Na primeira fase da operação Sodoma oito membros da organização foram indiciados pela Polícia Judiciária Civil e sete deles denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Os envolvidos responderão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Entre os indiciados e denunciados estão o ex-governador Silval da Cunha Barbosa e os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf e Marcel Souza de Cursi. Os três estão presos no Centro de Custódia de Cuiabá.
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