DA REDAÇÃO
COM ASSESSORIA
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, aderiu a Campanha do Laço Branco, oportunidade onde os homens se manifestam contrários à violência contra a mulher. Além de apoiar a causa, o presidente fez um apelo às autoridades para que também se engajem. "Normalmente são os homens os grandes causadores da violência doméstica, e aqueles que sabem que a mulher tem que ser respeitada, tratada com dignidade e carinho, e que abominam a violência contra a mulher, tem que se colocar claramente e dizer isso. A campanha, que faz aniversário dia 6, merece a participação de todos os homens para ter maior efetividade", observou.
Por ser parceira da campanha promovida pela Defensoria Pública de Mato Grosso, a presidente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica no Âmbito do Poder Judiciário (Cemulher), juíza Ana Cristina da Silva Mendes, foi quem colocou o símbolo da luta no paletó do desembargador. A magistrada observa que a agressão na esfera familiar deixa um saldo extremamente negativo. "Lares desestruturados geram adultos perturbados e isso se torna um ciclo vicioso", salienta.
Ela também ressalta que a violência contra a mulher é muito mais do que um problema de polícia, mas uma questão social e cultural que só vai ser exterminada com o envolvimento de todos. "Campanhas como esta são muito importantes, porque são de conscientização, de combate, de adesão, sensibilização e mobilização. A participação dos homens é essencial para que não seja um grito feminista, mas um grito de todos pela paz", ponderou.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, defensora pública Rosana dos Santos Leite, endossou as palavras da juíza. "Quando os homens falam que não concordam com a conduta de seus pares a campanha se torna muito mais eficiente", avalia.
Em Mato Grosso o movimento foi lançado no dia 23 de outubro deste ano, na Assembleia Legislativa, e já teve uma extensa programação. Diversas palestras já foram proferidas a policiais militares de todo o estado por videoconferência. A primeira foi no dia 23 de novembro, ministrada pelo juiz Gonçalo Antunes de Barros Neto. A segunda pelo defensor Marcos Rondon, realizada no dia 13 de novembro.
Na próxima quarta-feira (5 de dezembro) será realizada uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Cuiabá e na próxima quinta (6 de dezembro) será no auditório da Secretaria Estadual de Educação. No dia 6 também serão feitas blitz de trânsito com entrega de panfletos e laços em Mirassol D'Oeste, coordenada pelo juiz Anderson Candiotto, e ainda em dois bairros da capital.
Origem
Conforme a defensora pública, a campanha do Laço Branco é internacional e surgiu no dia 6 de dezembro de 1989, em Montreal no Canadá, depois de uma tragédia que chocou a sociedade. Marc Lepine tentava entrar na faculdade de engenharia e não conseguiu. Como Marc encontrou várias mulheres em uma sala do curso e tinha uma visão machista da carreira, ele ordenou que os homens saíssem e metralhou as moças.
Após o ato de terror, os homens saíram às ruas usando laços brancos e fizeram protesto para mostrar que aquela era uma situação isolada e que não concordavam com os assassinatos. No Brasil, a campanha chegou em 1990. A primeira manifestação realizada foi em São Paulo. O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres também é comemorado no dia 6 de dezembro e foi instituído pela Lei 11.489/07.
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