MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
A polícia Militar encontrou hoje pela manhã (8) rastros dentro da mata deixados por Evanderly Oliveira de Lima, do suspeito de assassinar a tiros a juíza substituta da comarca de Alto Taquari, Glauciane Chaves de Mello. A informação é do capitão da PM, Josadack, que comada as investigações.
Ele explicou que os rastros foram encontrados há 5 quilômetros de distância do local aonde aconteceu a assassinato. “Provavelmente ele está dormindo de dia e caminhado durante a noite”, disse o capitão.
O oficial da PM disse que o suspeito está cercado e que considera pequenas as chances dele escapar ao cerco. “As alternativas que ele tem é voltar para a cidade (Alto Taquari), se deslocar para Alto Araguaia, ou fugir em direção a Goiás. Todos esses lados estão bloqueados e a polícia de Goiás também nos auxilia na divisa entre os estados”, afirmou o capitão.
Josadack disse que na operação de busca, além revistar fazendas e interrogar os sitiantes, a polícia distribuiu pela região fotos do suspeito de assassinar a juíza Glauciane.
Informou ainda que participam da operação cerca de 60 policiais militares, além de agentes da Polícia Civil.
| Arquivo WebIlustração |
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| PM ePolicia Civil vasculham chácaras e fazendas em Alto Taquari a procura de assassino de juíza |
Rotas de fuga
Mesmo com toda a mobilização policial, o delegado João Ferreira Borges Filho, de Alto Taquari, demonstrou ceticismo em relação à uma rápida captura do acusado, pois considera que ele possa ter conseguido furar o cerco durante a noite e já se encontre fora do município.
“Essa foi a última pista que conseguimos. Mas, como a cidade faz divisa com Mato Grosso do Sul, pode ser que ele tenha fugido para esse Estado também”, informou o delegado, em entrevista ao site MidiaNews, neste sábado (8).
Os delegados Vinícius Prezoto, de Rondonópolis, e Arnaldo Sottani, de Alto Garças, também atuam nas investigações.
Velório
O velório da juíza Glauciane acorreu durante a manhã de hoje, no plenário 1 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT). De lá o corpo seguiu de avião para a cidade natal da magistrada, Conselheiro Lafayete (MG), onde o corpo da juíza será enterrado.
Cerimônia
Em discurso durante a cerimonia do velório, o presidente do TJ falou sobre o sonho de Glauciane de ser juíza. “Pela carreira, ainda na faculdade, ele abriu mão de ser mãe durante 10 anos até, enfim, ingressar no magistério realizar o seu sonho”.
Perri também falou sobre a dor da mãe da juíza. “Quero ressaltar aqui a dor desta mãe, pois não há dor pior no mundo do que perder um filho. Os filhos geralmente estão preparados para enterrar os pais. Mas para um pai ou uma mãe ter que enterrar o filho chega a ser uma coisa inaceitável”, discursou o presidente do TJ.
Ele também afirmou que o Tribunal de Justiça não descansará enquanto não encontrar o culpado pelo assassinato da juíza. “Não descansaremos até encontrar o homicida e levá-lo as barras da justiça”, garantiu.
O caso
A juíza foi assassinada com dois tiros na cabeça depois de uma discussão com o ex companheiro, o enfermeiro Vanderly de Oliveira, que trabalha no hospital público de Alto Taquari. O crime aconteceu durante a manhã de ontem (08), no gabinete da juíza.
Glauciane e Oliveira estavam separados desde o final do ano passado. Mas informações obtidas pelo site Midiajur, durante entrevista com o presidente do TJ, Orlando Perri, revelam que a magistrada era ameaçada pelo ex-companheiro.
“A amiga dela comentou comigo que a juíza estava sendo ameaçada. Mas da parte da juíza, ela nunca nos informou que passava por essa situação. Se tribunal soubesse de algo, com certeza nos teríamos tomado todas as providências no sentido de reforçar a segurança da magistrada”, afirmou Perri.
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