CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT) adiou o julgamento do mérito do habeas corpus que tenta reverter a prisão do ex-governador, Silval Barbosa (PMDB), decorrente de fatos investigados na Operação Seven.
Na tarde desta quarta-feira (16), o relator, desembargador Luiz Ferreira da Silva, votou favorável à liberdade do ex-governador.
No entanto, o julgamento foi adiado, em razão de pedidos de vistas por parte dos desembargadores Juvenal Pereira e Giraldo Giraldelli.
Deflagrada pelo Gaeco, em 1º de fevereiro deste ano, a operação apontou Silval como líder de um suposto esquema que teria desviado R$ 7 milhões dos cofres do Estado, em 2014.
Fora da cadeia
Caso consiga mais um voto por sua liberdade, Silval Barbosa poderá deixar o Centro de Custódia de Cuiabá, onde está preso desde setembro do ano passado.
Isto porque, na última terça-feira (15), por três votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a outra prisão preventiva do ex-governador, referente a Operação Sodoma, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).
Nesta operação, o peemedebista é acusado de liderar um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014, por meio de cobrança de propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).
Seven
A Operação Seven, deflagrada pelo Gaeco, desbaratou um esquema que teria desviado R$ 7 milhões dos cofres do Estado, em 2014, por meio da compra de uma área de 721 hectares na região do Manso, que já pertencia ao poder público.
A ação culminou em mais um mandado de prisão contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf.
Também foi decretada a prisão do ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto; do ex-secretário adjunto da antiga Secretaria de Estado de Administração, coronel José de Jesus Nunes Cordeiro; e a aplicação de tornozeleira eletrônica ao ex-secretário de Estado e médico Filinto Corrêa da Costa.
De acordo com a denúncia do Gaeco, Sival foi o principal responsável pelo desvio. Ele foi denunciado pelos crimes de peculato, por integrar organização criminosa e ordenar despesa não autorizada por lei.
Sodoma
As investigações apontam que Silval e os ex-secretários Marcel de Cursi e Pedro Nadaf teriam montado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, em 2013 e 2014, relacionado à concessão de incentivos fiscais, por meio do Prodeic.
Além deles, também são réus na ação penal da Sodoma: Francisco Andrade de Lima Filho, o Chico Lima, procurador aposentado do Estado; Sílvio Cézar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa; e Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-secretária de Nadaf na Fecomércio.
Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, concussão, extorsão e lavagem de dinheiro.
Os pedidos de prisão foram feitos pela Delegacia Fazendária e cumpridos pela Polícia Civil, após um levantamento em conjunto de dados feito pelo Cira (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos).
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