FLÁVIA BORGES
DA REDAÇÃO
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), desembargador Rubens de Oliveira, reconheceu durante o lançamento da Auditoria e Inspeção Virtual da Corregedoria-Geral do TJ, que o Poder Judiciário teve a imagem desgastada após diversos escândalos envolvendo magistrados mato-grossenses.
"Precisamos atuar de maneira a limpar a imagem do Judiciário, que está manchada não apenas aqui (Mato Grosso) como também em todo o país. Para isso, estamos dando passos rumo ao desenvolvimento e isso traz mais credibilidade junto à população", afirmou.
Conforme Rubens de Oliveira, "são tantas pedras que quando damos um passo, temos que comemorar". Assim, a preocupação em tentar modificar "o estrago" deixado por alguns magistrados fica evidente.
Em 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a aposentadoria compulsória de 10 juízes e desembargadores de Mato Grosso. Os magistrados foram afastados após serem acusados de desviar R$ 1,5 milhão do TJ para a maçonaria. Entre os punidos e que conseguiram, posteriormente, reverter a decisão estão os ex-presidentes do Tribunal de Justiça, José Ferreira Leite, Mariano Travassos.
Foram condenados o ex-presidente do Tribunal de Justiça, José Ferreira Leite, os desembargadores José Tadeu Cury e o atual presidente do TJ, desembargador Mariano Travassos, além dos juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Antônio Horácio da Silva Neto, ex-presidente da Associação de Magistrados do Estado (Amam-MT), Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, filho de Ferreira Leite, Juanita Cruz Clait Duarte (filha do ex-presidente do TJ desembargador Wandir Clait Duarte - já falecido), Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Caravellas.
O esquema começou em 2003, quando os envolvidos criaram uma cooperativa de crédito vinculada à maçonaria, da qual o ex-presidente do TJ Ferreira Leite era grão-mestre. Eles foram denunciados em 2008 pelo ex-corregedor do TJ, desembargador Orlando Perri, por desvios de verbas e materiais na construção do Fórum de Cuiabá e favorecimento em licitação e tráfico de influência envolvendo desembargadores. As denúncias envolvendo supostos pagamentos ilegais a magistrados e desembargadores expuseram um racha sem precedentes na cúpula do Judiciário de Mato Grosso e ganharam destaque nacional. O Pleno do TJ é composto por 30 desembargadores. Cada um deles recebe salário de R$ 22 mil e mais uma série de regalias e privilégios. Já o presidente ganha R$ 24 mil.
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