THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O "serial killer" Cláudio de Souza, conhecido como “Maníaco da Lanterna”, foi condenado pelo Tribunal de Júri de Alta Floresta (a 800 km ao Norte de Cuiabá) a 21 anos de prisão pelo assassinato de Sirlene Ferreira de Souza, em 2003.
O julgamento ocorreu na segunda-feira (20) e foi presidido pelo juiz Roger Augusto Bim Donegá.
Em junho deste ano, ele já havia sido condenado a mais de 62 anos de prisão pelos assassinatos de Geyle Cristina da Silva Vieira, em 2004, e de Maria Célia da Silva Santos, em 2006. Os casos também aconteceram em Alta Floresta.
Os crimes eram cometidos com o mesmo “modus operandi”, segundo as investigações. Ele usava uma lanterna e uma espingarda para abordar as vítimas. Em alguns casos, as mulheres eram estupradas.
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Sirlene foi assassinada com um tiro na cabeça em sua casa, na Rua Teles Pires, Bairro São José Operário. Na época, a vítima tinha 19 anos.
Maléfico e ardiloso
Ao decretar a pena do assassino, o magistrado afirmou que ele é um indivíduo “maléfico e ardiloso”.
“Há que se deixar a hipocrisia de lado e olhar para o psicopata que está sob julgamento que jamais terá condições de conviver em sociedade, deve ficar isolado, pois sua mente não funciona como as demais. É completamente torta. Arrependimento não existe em seu vocabulário e é completamente desprovido de sentimento moral e consciência comum, não nutre amor por quem que seja, funciona como uma máquina de matar na forma humana”, afirmou o juiz.
“O comportamento do réu foi doloso, premeditado e ardil, posto que ao colher a vítima com um único disparo de arma de fogo em sua cabeça de inopino, não deu chances para qualquer reação ou até mesmo ser socorrida. Some-se a isso o fato de que o mesmo a atacou em sua casa sem qualquer motivo aparente, somente visando satisfazer sua gana por sangue, a executou sem quaisquer sinais de arrependimento. Mesmo após este crime sórdido, ainda, a arrumou na cama como se a mesma estivesse dormindo visando ocultar ao máximo sua empreitada criminosa impossibilitando que a mesma fosse encontrada imediatamente para poder sumir”, relatou o magistrado.
Histórico
Após a prática de uma série de crimes, Souza foi preso pela primeira vez em abril de 2002. Ao ser interrogado, ele confessou nove mortes e duas tentativas de homicídio, cujos feitos já foram julgados e totalizam mais de 120 anos de prisão.
Cerca de oito meses após ser preso, o réu fugiu da Cadeia Pública de Alta Floresta, junto com mais nove detentos, ocasião em que continuou pela cidade de Alta Floresta e voltou a fazer novas vítimas. Entre elas, Sirlene, Geyle Cristina e Maria Célia.
Em 2007, o caso foi noticiado no programa “Linha Direta”, da TV Globo, e ele foi recapturado em 2 abril de 2008, ficando preso desde então, no Presídio Ferrugem, em Sinop.
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