LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO
Os servidores do Judiciário paralisam os trabalhos a partir da próxima segunda-feira (13). A decisão, segundo o presidente do sindicato que representa a categoria (Sinjusmat), Rosenwall Rodrigues, foi adotada na assembleia em que foi apresentada a proposta da presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para atender as reivindicações dos trabalhadores.
“Os servidores não aceitaram em hipótese nenhuma o que foi apresentado”, disse o presidente, pontuando já ter encaminhado uma contra-proposta. “Mas mesmo que o TJMT responda antes da segunda-feira, nós não vamos abrir mão da paralisação. Foi uma determinação dos servidores que a resposta dele seja avaliada durante a greve”, ressaltou.
Rosenwall afirma que entre os pontos rejeitados pelos trabalhadores está o tempo de três anos que o TJMT teria pedido para realizar a avaliação necessária para implantação de melhorias salariais. “Os servidores já esperaram seis anos. Não tem como aceitar esperar mais por uma falha que foi do Tribunal”, reclamou o presidente.
Outro fator de discordância foi o reajuste do valor pago a título de auxílio alimentação. Enquanto o TJMT ofereceu um aumento dos atuais cerca de R$ 300 para R$ 400; o Sinjusmat cobra um benefício de R$ 900 mensais. “Nossa intenção que é o auxílio pago ao servidor estadual chegue ao nível do que é pago pelo Ministério Público, pela Justiça Federal”, justificou Ronsenwall.
Manifesto
Além da greve, o Sinjusmat está organizando uma grande manifestação na Capital, segundo o presidente. A data prevista é a próxima quinta-feira (16). Servidores do interior devem se deslocar para Cuiabá em caravanas. O objetivo é mostrar a população os motivos da paralisação.
A principal reivindicação dos servidores é quanto ao cumprimento da lei que instituiu o Sistema de Desenvolvimento de Carreira e Remuneração (SDCR) para os servidores. Com ele, a categoria teria direito a um aumento de aproximadamente 30%, o que representa cerca de R$ 1 mil.
O texto foi aprovado em 2008, mas não chegou a ser colocado em prática. Em 2011, o então presidente do TJMT, desembargador Rubens de Oliveira, assinou um acordo com a categoria. Conforme Rosenwall, no documento estava previsto que não haveria greve no ano seguinte e, em contrapartida, o Judiciário passaria a cumprir a lei até 31 de dezembro de 2012, o que não ocorreu.
Outro lado
Por meio da assessoria, a presidência do TJMT informou que a contra-proposta apresentada pelo Sinjusmat não possuía estudos de impacto orçamentário das mudanças propostas. O documento ainda passa por análise de vários setores para que o Tribunal possa se manifestar sobre o que foi sugerido. Devido a isto, a resposta aos servidores não deve ocorrer antes do início da greve.
Quanto às afirmações de Rosenwall de que ele não teria conseguido contato com o presidente da Corte, desembargador Orlando Perri, a assessoria informou que o magistrado estava em viagem.
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