THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da Primeira Vara Cível de Cuiabá, determinou a intimação dos credores da empresa Tauro Motors Veículos Importados Ltda., concessionária da Mitishubishi na Capital, que está em recuperação judicial com dívidas de R$ 12 milhões.
A magistrada tornou pública relação dos 131 credores da empresa, incluindo dívidas trabalhistas e com empresas.
A Tauro entrou em recuperação judicial em julho de 2017, alegando queda de até 25% nas vendas devido à crise econômica e a instabilidade política no Brasil.
A maior dívida da empresa é com a HPE Automotores do Brasil, representante da marca no Brasil. O plano de recuperação relata dois valores devidos: um de R$ 5.646.016,61; e outro de R$ 602.000,00.
Em seguida está Andrea Boscolo Camargo, que tem R$ 1.645.183,08 a receber da empresa. Outros credores são o banco Itaú Unibanco, com R$ 1,4 milhão; e banco do Brasil, com R$ 1 milhão.
Com a veiculação oficial dos montantes financeiros devidos, a partir de agora os credores terão prazo de 30 dias para apresentarem, ou não, objeções aos valores apresentados.
Recuperação
Na decisão de recuperação judicial, a juíza Anglizey Solivan de Oliveira determinou que a concessionária apresentasse, em prazo máximo de 60 dias, um plano de recuperação judicial.
Para o processo, a magistrada nomeou coma administradora judicial a advogada Aline Barini Néspoli. A função dela é verificar os créditos dos credores, requerer a assembleia geral destes, apresentar relatórios mensais das atividades das empresas, além de outras responsabilidades.
Ela deverá receber R$ 260 mil pelo serviço, o equivalente a 3% da dívida, recebendo 60% desse valor dividido em 36 parcelas mensais e os 40% restantes após o encerramento da recuperação judicial.
Com a recuperação judicial, todas as ações de execução contra a concessionária ficarão suspensas por 180 dias, assim como fica proibida a inclusão da empresa nos órgãos de restrição ao crédito.
A crise
No processo, a empresa - especializada em veículos de marca japonesa Mitsubishi - aponta que o empreendimento nascido no ano de 1994 começou passar por dificuldades em 2009, quando o proprietário Paulo Boscolo adquiriu um imóvel num leilão judicial com o objetivo de ampliar e modernizar a estrutura empresarial e, para isso, realizou empréstimos juntos a bancos em operações elevadas.
A situação também se agravou, segundo a concessionária, em m 2013 depois de adquirir o espólio de concessão da também japonesa Suzuki.
No entanto, percebeu que a transação era inviável por causa do aumento da alíquota de importação imposto pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o que elevou o custo operacional.
A Tauro Motors afirmou também que, após a reeleição de Dilma Rousseff, as vendas caíram 25% nos anos de 2015 e 2016.
Também foi fator agravante, conforme a concessionária, a Mitsubishi admitir que manipulou testes de consumo de combustível, em veículos vendidos no Japão.
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