CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Nesse ínterim, Selma Arruda registrou um boletim de ocorrência relatando uma ameaça contra ela. Conforme a própria magistrada, uma pessoa de sua convivência flagrou o momento em que duas pessoas conversavam na Padaria América, em Cuiabá, supostamente tramando um atentado.
Ainda segundo a juíza, uma das pessoas que estavam nessa padaria – e que foi fotografada – seria ligada a um policial civil condenado por ela.
Conforme apurou a reportagem, diante deste fato novo, o presidente da Comissão de Segurança, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha requereu um trabalho de inteligência para apurar o fato.
A ideia é detectar os detalhes da ameaça e se há elementos que fundamentem a manutenção da escolta.
Policiais que realizam esse relatório de inteligência já estiveram, inclusive, na Vara Contra o Crime Organizado da Capital – onde a juíza atuava – fazendo um levantamento de agentes condenados por ela e que supostamente poderiam estar tramando esse atentado.
Uma nova reunião da comissão deverá ser convocada em até 24horas, após a conclusão desse relatório.
O documento será analisado pelo presidente da comissão, desembargador Carlos Alberto e pelos quatro membros que a compõem: a juíza Maria Rosi Borba, os juízes Marcos Faleiros e Bruno D’Oliveira Marques e o coronel Benedito Ferreira.
Quebra de protocolo
Na decisão que suspendeu a escolta, a comissão de segurança também apontou que Selma Arruda descumpriu os protocolos necessários, usando a escolta para eventos políticos e fins particulares.
“Ficou demonstrado que a magistrada tem quebrado o protocolo de segurança, pois frequenta lugares de grande aglomeração de pessoas que compromete a atuação de sua equipe, o que potencializaria eventual risco de ocorrência de atentados”.
Selma, por sua vez, já deu declarações dando conta de que o protocolo é “ilógico” e garante segurança aos magistrados desde que eles “não saiam de casa”.
"Fica fácil dar segurança para pessoa que não pode sair de casa. O protocolo está equivocado. Uma pessoa com vida normal, nem como magistrada, muito menos como pré-candidata, consegue segui-lo”, disse ela.
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