ISA SOUSA
DO MIDIANEWS
A juíza Ana Cristina Silva Mendes, do Juizado Especial Criminal Unificado, determinou a remessa para o Tribunal de Justiça de duas queixas-crimes protocoladas pelo candidato a governador Pedro Taques (PDT) contra seu adversário José Riva (PSD).
Nos dois pedidos, um sobre a Operação Ararath e outro sobre o caso Cooperlucas, a magistrada sequer entrou no mérito da queixa e afirmou que não é possível avaliar os casos devido ao foro privilegiado de Riva.
“Em início de conhecimento, antes de analisar os documentos trazidos à baila, constata-se que o querelado é deputado estadual deste Estado, gozando assim de foro privilegiado, já que Deputados Estaduais devem ser julgados pelo Tribunal do local em que exercem as atividades parlamentares, estendendo-se a eles, portanto, o mesmo direito ao foro privilegiado que assiste a seus pares no Legislativo Federal”.
Ararath
Em uma queixa-crime, o senador Pedro Taques pediu liminarmente que Riva se abstenha de propagar “acusações” de que ele e sua esposa, a advogada Samira Martins, seriam investigados na Operação Ararath, da Polícia Federal.
A operação investiga lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. Riva citou o suposto envolvimento de seu adversário e de Samira durante entrevista à TV Centro América.
“Meu nome foi envolvido, assim como o do senador Taques e da esposa dele. Eu tenho explicação para tudo o que está naquele processo. Meus bens todos têm origem e são declarados. Eu não tenho preocupação com o desenrolar desta operação”, disse.
Caso Cooperlucas
Na outra queixa-crime, o senador pede que Riva se abstenha de pronunciar seu nome e afirmar que ele teria contribuído para o arquivamento do caso Cooperlucas, beneficiando o atual prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT).
O esquema consistia em fraude e extravio na armazenagem de grãos da cooperativa do município, que era fiel depositário da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os envolvidos teriam realizado operações de financiamento agrícolas pelo Branco do Brasil
O senador se baseou em falas de Riva, do dia 11 de agosto em uma reunião com a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis), a respeito de corrupção.
“Ninguém nunca saiu por aí questionando porque o doutor Pedro Taques pegou um processo de um rombo de mais de R$ 230 milhões de uma cooperativa e guardou em uma gaveta, deixou prescrever. Isso não é corrupção?”, questionou Riva. O trecho consta na queixa-crime.
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