CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
A senadora eleita Selma Arruda (PSL) disse nesta quinta-feira (13) ter sido vítima de tentativa de extorsão por três vezes para que fosse absolvida da Ação de Investigação Judicial Eleitoral a que responde no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.
“Eu já fui três vezes extorquida por causa dessa bagunça. Na primeira vez me pediram R$ 360 mil, na segunda R$ 600 mil, e na terceira me pediram cargos para me absolver nesse processo no TRE”, afirmou Selma em uma transmissão ao vivo no Facebook (veja vídeo abaixo).
A senadora é acusada de caixa 2 na campanha eleitoral deste ano. O Ministério Público Federal, inclusive, já pediu a reprovação das contas da senadora eleita.
A magistrada aposentada ainda é acusada de extrapolar o valor do teto de gastos no período eleitoral, qual seja: R$ 3 milhões – mesmo que somadas despesas com com pré-campanha e campanha.
Não cedo a extorsão, e vou continuar aqui de cabeça erguida por todos nós. Se a gente ceder uma vez, ela entranha em você e nunca mais sai
“Não cedo à extorsão, e vou continuar aqui de cabeça erguida por todos nós. Se a gente ceder uma vez, ela entranha em você e nunca mais sai. Para mim, não serve essa forma de fazer política, essa forma de viver”, disse.
No vídeo, a juíza relembra as acusações feitas pelo advogado Sebastião Carlos (Rede) por suposto caixa 2 ainda em setembro desse ano.
“Mentira! Os gastos durante e antes da campanha não passam do teto, alias, ficam bem distantes desse teto que a lei impõe. Não houve abuso nenhum da minha parte. Eu tenho certeza absoluta que serei absolvida nesse processo”, disse.
Ela admite ter usado cheques nominais, adquiridos por meio do seu primeiro suplente Gilberto Possamai, para realizar o pagamento à empresa de marketing Genius Produções Cinematográficas, do marqueteiro Júnior Brasa. A empresa foi contratada pela juíza para fazer o marketing pessoal – antes da eleição – pela magistrada aposentada.
“Desde a contratação dessa empresa de marketing - e esses caras são muito caros - ele depositou o dinheiro na minha conta, e eu paguei essa empresa com cheques nominais. Não nos termos do contrato que a empresa diz que fez comigo, porque ela não fez contrato nenhum, mas conforme eu achava que deveria pagar o serviços que eles foram prestando. Eu dei realmente os cheques”, afirma.
Triste e deprimida
Com as denúncias referentes a caixa dois e gastos irregulares vindo à tona, a senadora eleita conta que preferiu ficar reclusa. Ela alega que quase entrou em depressão.
“Quando a gente tem vergonha na cara, quando a gente tem dignidade, quando a gente tem honra, essas calúnias fazem muito mal para gente. E talvez um pouco por isso é que eu não vim aqui antes. Eu estava prostrada, triste, quase deprimida”, conta Selma.
Parecer do MPF
O procurador Regional Eleitoral Pedro Melo Pouchain Ribeiro pediu a reprovação das contas de campanha da senadora eleita e sua chapa nesta semana. Ele ainda pediu o recolhimento de R$ 1,6 mil ao Tesouro Nacional.
O procurador citou, entre outros pontos, o recebimento R$ 1.600 via depósito bancário, sendo que a lei exige ser transferência eletrônica entre as contas bancárias do doador e do beneficiário da doação.
Outro problema foi a não apresentação de gastos com a remuneração de piloto e combustível de aeronave usada para deslocamentos no Estado. Selma declarou ter usado o avião por meio de um empréstimo.
O procurador ainda apontou arrecadação de recursos mediante empréstimo pessoal no valor de R$ 1,5 milhão, que transitaram à margem da conta bancária oficial e que foram parcialmente empregados na quitação de diversas despesas com publicidade (R$ 450 mil), pesquisa eleitoral (R$ 60 mil), dentre outras (R$ 300 mil).
Veja vídeo:
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