THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, negou recurso do senador Wellington Fagundes (PL) para decretar o sigilo de um inquérito da Polícia Federal que o investiga pela prática de caixa 2 nas eleições de 2014.
Fagundes é acusado de ter recebido R$ 300 mil, via caixa 2 da JBS, para a campanha ao Senado. O caso foi delatado pelos empresários Joesley e Wesley Batista, sócios da empresa.
No recurso, Fagundes alegou que por ser "pessoa pública, com forte exposição na mídia", a investigação da PF pode o submeter a "riscos de constrangimentos desnecessários, que em nada contribuiriam para o deslinde do feito".
O magistrado rebateu o senador, afirmando que o inquérito policial não investiga fatos que, por sua própria natureza, pudessem gerar constrangimentos “além daqueles inerentes a qualquer procedimento de investigação criminal”.
“Não há nos autos elementos informativos que possam, de alguma forma, atingir a esfera de privacidade e intimidade do peticionante de modo a recomendar a imposição de sigilo à tramitação das investigações", afirmou.
"Não se postulou nem houve deferimento de medidas probatórias cautelares que pudessem expor dados fiscais, bancários ou telefônicos”, acrescentou.
Suposto caixa 2
O dinheiro teria sido recebido por Wellington por meio de Neri Geller, então ministro da Agricultura e atual deputado federal
Segundo os delatores, foi Florisvaldo de Oliveira, o "homem da mala da JBS", que entregou o montante no gabinete do então ministro.
O repasse a Fagundes teria se dado no dia 05 de setembro de 2014.
Nesse período, ele já estava em campanha ao Senado, disputando a única vaga por Mato Grosso.
Em sua prestação de contas feita à Justiça Eleitoral não constam depósitos feitos pela empresa. Ao todo, ele declarou ter arrecadado R$ 8,7 milhões.
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