LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
Os juízes eleitorais de Mato Grosso estão preparados para atender denúncias de corrupção. Isso é o que afirma o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Rui Ramos Ribeiro. De acordo com o magistrado, nas eleições municipais existe a tendência de aumento das demandas envolvendo crimes eleitorais, contudo, ele assegura que isso não é surpresa para nenhum juiz eleitoral. “Isso é tradicional”, garante.
Conforme Rui Ramos, houve uma evolução tecnológica na Justiça Eleitoral para que o voto fosse mais seguro e apurado mais rápido com o investimento em tecnologia da informação. Entretanto, a prática de atos como propaganda fora de época (extemporânea) e aliciamento de eleitor continua. “Parece que esse ponto ficou parado no tempo. Porque todas as vezes são as mesmas denúncias, a mesma dinâmica, o mesmo modus operandis”, ressalta Rui.
“Os magistrados e promotores eleitorais e também os cartorários conhecem razoavelmente bem o próprio município ondem moram e saberão com bastante confiança regular todo esse problema”, informa o presidente do TRE.
Crimes Eleitorais
Somente nas eleições de 2008, em Mato Grosso foram cinco prefeitos cassados, nos municípios de Rio Branco, Ribeirão Cascalheira, Santo Antônio de Leverger, Poconé e Campos de Júlio. Além disso, no ano passado, outros dois prefeitos foram afastados por prática de atos de improbidade administrativa em Tangará da Serra e Alto Boa Vista.
Em decorrência das cassações, o Tribunal Regional Eleitoral teve que realizar um novo pleito eleitoral nesses municípios, com exceção de Tangará em que ocorreu eleição indireta e em Alto Boa Vista, onde o vice-prefeito assumiu. A conta ficou superior a R$ 1 milhão. A disputa judicial agora é para que os políticos cassados paguem esse valor à União, por terem sido os responsáveis pela realização do novo pleito. A Procuradoria da União em Mato Grosso, em litisconsórcio com o Ministério Público Federal, impetrou uma ação contra os ex-prefeitos para recuperar os valores gastos pelo governo federal.
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