Segunda-feira, 28 de Abril de 2025
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Segunda-feira, 28 de Abril de 2025
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

MEIO AMBIENTE Terça-feira, 02 de Agosto de 2016, 15:45 - A | A

02 de Agosto de 2016, 15h:45 - A | A

MEIO AMBIENTE / SEIS DIAS APÓS DECISÃO

Advogado acusa STJ de atrasar soltura de desembargador de MT

Valter Gonzaga disse que alvará ainda não foi expedido pelo Superior Tribunal de Justiça

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O advogado Valter Bruno de Oliveira Gonzaga afirmou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) está atrasando o cumprimento da decisão que determinou a soltura do desembargador mato-grossense Evandro Stábile, condenado no ano passado por corrupção passiva.

Stábile está preso desde abril no Centro de Custódia da Capital (CCC).

Ele foi condenado no ano passado a seis anos de prisão pelo STJ por, em tese, ter negociado decisão judicial quando presidiu o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), em 2010. Pelos mesmos fatos, ele foi condenado administrativamente à aposentadoria compulsória.

O magistrado recebeu uma decisão liminar (provisória) pela soltura no dia 28 de julho. A liberdade foi concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski.

É inaceitável o fato de se expedir mandado de prisão imediatamente e, não obstante, atrasar a expedição de alvará de soltura por tão eloquente tempo

Porém, seis dias após a decisão, o advogado Valter Gonzaga afirmou que o STJ ainda não expediu o alvará de soltura em favor de Stábile.

“A decisão foi proferida pelo Supremo Tribunal Federal no dia 28.07, sendo certo que, constitucionalmente, o desembargador deveria ter sido solto desde aquela data. As notificações foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, mas, estranhamente, as autoridades responsáveis ainda não cumpriram aquela determinação”, criticou.

Segundo o advogado, o atraso no cumprimento da decisão do presidente do STF é “mais um sintoma de ausência de imparcialidade no julgamento e tentativa de imputar-se ao desembargador crime que, absolutamente, ele não perpetrou”.

“É inaceitável o fato de se expedir mandado de prisão imediatamente e, não obstante, atrasar a expedição de alvará de soltura por tão eloquente tempo. Estamos a viver tempos estranhos, com prevalência do direito penal ‘messiânico’” disse Valter Gonzaga.

Prisão e soltura

A prisão contra Stábile havia sido foi expedida pelo STJ em razão do novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que passou a autorizar o cumprimento de condenações criminais após decisão de segunda instância e antes do trânsito em julgado, ou seja, antes de se esgotarem os recursos.

Na ocasião, o STJ entendeu que, como Stábile foi julgado por um colegiado, já estaria autorizada a execução provisória da pena e a expedição de mandado de prisão contra ele.

Ao conceder a soltura, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a jurisprudência do STF é firme no sentido de que a execução provisória antes do trânsito em julgado ofende o princípio da presunção de inocência.

Nelson Jr/SCO/STF

ricardo lewandowski 2016

Soltura foi determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski

De acordo com o ministro, a decisão que autorizou a prisão de Evandro Stábile utilizou fundamentação “frágil” e “inidônea”, “porquanto apenas fez referência a julgamento do Plenário desta Suprema Corte, que, embora, repito, tenha sinalizado possível mudança de entendimento jurisprudencial, não possui qualquer eficácia vinculante”.

O ministro também registrou que, como Stábile possui prerrogativa de função, foi julgado diretamente pelo STJ e não teve oportunidade do duplo grau de jurisdição antes de ser preso.

A condenação

No julgamento que condenou Stábile, o STJ concluiu que as provas, depoimentos e as interceptações telefônicas deixaram claro que o desembargador Evandro Stábile tentou receber R$ 100 mil em troca de decisão judicial.

A alegada tratativa envolvia a campanha eleitoral de Alto Paraguai. Segundo os autos, princípio a chapa do candidato Adair José havia sido cassada em ação ingressada por Diane Alves, que passou a assumir a prefeitura interinamente. Porém, o candidato entrou com uma medida no TRE para suspender a cassação.

A então juíza Maria Abadir Aguiar negou o pedido, Adair José recorreu, mas o TRE manteve os efeitos da cassação. Com o término do mandato de Maria Abadia, passou a ficar responsável pela ação o falecido advogado Eduardo Jacob, ex-assessor do ex-deputado José Riva.

Na condição de juiz membro do TRE-MT, Eduardo Jacob acatou um pedido de reconsideração de Adair José e suspendeu os efeitos da cassação.

Conforme as investigações, Alcenor Alves teria feito lobby para que Jacob negasse a reconsideração.

Contudo, o então juiz optou por atender o candidato concorrente supostamente a mando de Evandro Stábile, “eis que Alcenor não teria cumprido combinações sobre os pagamentos decorrentes de negociações anteriores” realizadas diretamente com o presidente do TRE-MT.

As interceptações evidenciaram que foi o próprio desembargador Evandro Stábile quem elaborou a decisão proferida por Eduardo Jacob. Conversas entre outros integrantes das negociata também mostrariam que, a partir deste episódio, Stábile passou a se recusar em receber Alcenor Alves.

Por esse motivo, o grupo de Alcenor Alves decidiu que seria a própria Diane Alves quem tentaria convencer Evandro Stábile a proferir decisão favorável para que ela retornasse à Prefeitura.

Foi então marcada uma reunião na casa de Luzia Carvalho, amiga pessoal de Evandro Stábile. A reunião monitorada pela PF, que fotografou a chegada e a saída do então presidente da Justiça Eleitoral mato-grossense.

Esta segunda tratativa também teria desagradado o desembargador Evandro Stábile, uma vez que o pagamento supostamente acordado de R$ 100 mil foi transferido por meio de cheques assinados por terceiros, e não em dinheiro vivo. Os cheques foram posteriormente sustados.

Em razão do suposto fracasso da negociata, no julgamento do mérito do pedido de reconsideração Evandro Stábile deu o voto de desempate na Corte do TRE-MT, resultando na manutenção de Adair José como prefeito de Alto Paraguai.

Leia mais:

Presidente do STF diz que prisão de Stábile é “inadmissível”

Presidente do STF manda soltar desembargador Evandro Stábile

Tribunal condena desembargador à aposentadoria compulsória

Tribunal nega concessão de prisão domiciliar a desembargador

STJ autoriza prisão do desembargador Evandro Stábile

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Caseiro é morto com tiro na cabeça e corpo é encontrado em cadeira
#GERAL
AUTOR SE ENTREGOU
Caseiro é morto com tiro na cabeça e corpo é encontrado em cadeira
Suspeito de roubar fios elétricos morre em confronto com policiais
#GERAL
FOI DENUNCIADO
Suspeito de roubar fios elétricos morre em confronto com policiais
Após ser preso, vereador nega que tenha desrespeitado policiais
#GERAL
"LAMENTO"
Após ser preso, vereador nega que tenha desrespeitado policiais
Após briga em boate, vereador mostra dedo a policiais e vai preso
#GERAL
TRANSTORNADO
Após briga em boate, vereador mostra dedo a policiais e vai preso
Motociclista cai após passar por quebra-molas e morre
#GERAL
FATALIDADE
Motociclista cai após passar por quebra-molas e morre
Homem é esfaqueado e morre durante briga
#GERAL
PRESO EM FLAGRANTE
Homem é esfaqueado e morre durante briga
Confira Também Nesta Seção: