LETICIA PEREIRA
Da Redação
Mato Grosso teve 593 alertas de desmatamento por mineração em 21 áreas diferentes durante o último mês de maio. Em conjunto, os alertas representam uma extensão de 1,97 km2, espalhados por quatro das cinco regiões intermediárias do Estado. Os dados, disponibilizados pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT), foram analisados pelo Midia Jur.
74% desses alertas estão em regiões de Terras Indígenas, com concentração nas proximidades da TI Sararé, 3,2% em projetos de assentamento e 2,1% em Unidades de Conservação.
As maiores extensões com indícios de garimpo são localizadas nos municípios de Conquista D’Oeste, com 0,69 km2, Vila Bela da Santíssima Trindade, com 0,52 km2, e Nova Lacerda, com 0,37 km2, todos da Região Geográfica Intermediária de Cáceres (classificação do IBGE).
Fonte: SEMA-MT/Elaboração do Midia Jur
O número de alertas em maio deste ano foi cerca de 66% maior do que no mesmo período de 2023, quando haviam 357 registros.
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Conflitos na Sararé
A TI Sararé é uma das áreas com mais alertas de exploração ilegal do solo do Brasil. De acordo com o Governo Federal, desde o ano passado, a região é a segunda no ranking de alertas de garimpo dentre todas as TIs do Brasil.
Mesmo com o aumento expressivo de mais de 600% de alertas em 2023, em relação ao ano anterior, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) afirma que a exploração mineral na Sararé é antiga e remonta à década de 1990.
O Governo Federal atribui esse crescimento ao trabalho de fiscalização em outras TIs que também sofrem com o garimpo, como a TI Yanomami e a região Tapajós, forçando a migração da atividade ilegal para áreas pouco supervisionadas.
Desde então, operações com a colaboração de diversos órgãos federais e estaduais têm tentado desarticular a atividade garimpeira na região, ocupada tradicionalmente pelo povo Nambikwara.
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