VIADS
Quarta-feira, 23 de Abril de 2025
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Quarta-feira, 23 de Abril de 2025
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

MEIO AMBIENTE Sexta-feira, 30 de Setembro de 2022, 10:30 - A | A

30 de Setembro de 2022, 10h:30 - A | A

MEIO AMBIENTE / SETOR FLORESTAL

Mato Grosso concentra 70% da exploração ilegal de madeira na Amazônia

A atividade irregular abrangeu 103 mil hectares no estado, segundo levantamento da Rede Simex

DA REDAÇÃO



Sete em cada dez hectares de florestas com exploração madeireira não autorizada na Amazônia estão em Mato Grosso. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a atividade irregular abrangeu 103 mil hectares no estado, 73% da extração não permitida na região amazônica.

Esse é o mesmo percentual que Mato Grosso possui em relação às áreas exploradas com autorização. No período analisado, o estado teve 173 mil hectares com extração madeireira permitida, 73% da atividade legalizada na Amazônia.

O dado consta em pesquisa publicada pela Rede Simex (Imazon, Idesam, Imaflora e ICV). o levantamento mapeou por meio de imagens de satélite 377 mil hectares com extração de madeira na Amazônia entre agosto de 2020 e julho de 2021. E, de forma inédita, conseguiu acesso aos dados públicos das autorizações para a atividade emitidas pelos órgãos ambientais de todos os estados analisados.

Leia mais:

Conselho tenta tirar 40 mil hectares de parque disputado na Justiça

PF mira atividades de extração ilegal de madeira em Terras Indígenas em Aripuanã

“Apesar da maior parte da exploração madeireira em Mato Grosso ter sido autorizada, a área com a atividade não permitida cresceu 17% em relação ao levantamento anterior, que analisou o período de agosto de 2019 a julho de 2020. Apenas nas terras indígenas do estado, houve um aumento de 70% na extração de madeira ilegal”, alerta Vinícius Silgueiro, coordenador de inteligência territorial do ICV.

Ainda conforme a análise, quase 40% da área com registro da atividade na região não teve autorização dos órgãos ambientais. E 15% da extração não permitida ocorreu apenas dentro das áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação. A pesquisa mostrou pela primeira vez o percentual de irregularidade da exploração madeireira por toda a Amazônia.

Esse índice de exploração não autorizada é muito alto e representa graves danos socioambientais para a Amazônia, o que contribui para impedir o desenvolvimento sustentável da região. Sem o manejo florestal sustentável a floresta pode ser degradada, há mais riscos de conflitos e deixa-se de gerar empregos formais e impostos

No estudo publicado no ano passado, apenas Pará e Mato Grosso haviam liberado as informações necessárias para a checagem da legalidade. Leonardo Sobral, gerente de cadeias florestais do Imaflora, ressalta que o acesso aos dados públicos foi fundamental para a realização das análises. “O setor florestal precisa avançar na agenda da transparência”, completa.

Agora, com os dados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, foi possível identificar 142 mil hectares com exploração madeireira não permitida no período estudado, o que representa 38% do total. Isso significa que a Amazônia teve uma área de floresta equivalente à cidade de São Paulo afetada pela atividade irregular em apenas um ano.

“Esse índice de exploração não autorizada é muito alto e representa graves danos socioambientais para a Amazônia, o que contribui para impedir o desenvolvimento sustentável da região. Sem o manejo florestal sustentável a floresta pode ser degradada, há mais riscos de conflitos e deixa-se de gerar empregos formais e impostos”, afirma Dalton Cardoso, pesquisador do Imazon.

Áreas protegidas tiveram 21 mil hectares explorados irregularmente

A exploração madeireira não autorizada precisa ser combatida com urgência, principalmente nos territórios protegidos. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, as terras indígenas e as unidades de conservação tiveram 21 mil hectares explorados irregularmente, o que é semelhante ao tamanho de João Pessoa. Isso também corresponde a 15% de toda a área com a atividade não permitida mapeada na Amazônia no período.

O território indígena mais prejudicado foi o Aripuanã, em Mato Grosso, onde mais de 4 mil hectares tiveram extração madeireira.

PARÁ EM 2º LUGAR - O segundo estado com a maior área de exploração madeireira na Amazônia foi o Pará, com 57 mil hectares (15%). Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima tiveram áreas abaixo dos 20 mil hectares afetadas pela atividade, o que representa percentuais entre 4,3% e 0,3% do mapeado na região. Os outros três estados da Amazônia Legal não tiveram as imagens de satélite analisadas, sendo o Amapá devido à alta cobertura de nuvens e o Tocantins e o Maranhão por terem áreas ainda menores com a atividade.

Conforme Tayane Carvalho, pesquisadora do Idesam, o total de madeira extraído irregularmente na Amazônia demonstra que as ações de fiscalização continuam insuficientes. “Esse cenário torna ainda mais necessário o incentivo ao manejo florestal sustentável, pautado na legislação”, afirma.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.

Álbum de fotos

ICV

ICV


Comente esta notícia

Trio armado rouba carro e sequestra adolescente em Cuiabá
#GERAL
VIOLÊNCIA
Trio armado rouba carro e sequestra adolescente em Cuiabá
Jovem de 24 anos é presa por aplicar golpes virtuais em MT
#GERAL
REINCIDENTE
Jovem de 24 anos é presa por aplicar golpes virtuais em MT
Homem é encontrado morto em casa após não aparecer no trabalho
#GERAL
ASSASSINATO
Homem é encontrado morto em casa após não aparecer no trabalho
Terra Nova recebe tapa-buracos e recapeamento de avenida
#GERAL
INFRAESTRUTURA
Terra Nova recebe tapa-buracos e recapeamento de avenida
Polícia esclarece furto em escritório de advogado e recupera R$ 30 mil em joias
#GERAL
BOA AÇÃO
Polícia esclarece furto em escritório de advogado e recupera R$ 30 mil em joias
Trânsito no Portão do Inferno é liberado após fim da chuva
#GERAL
PARE E SIGA
Trânsito no Portão do Inferno é liberado após fim da chuva
Confira Também Nesta Seção: