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MÍDIA CIÊNCIA Sábado, 10 de Dezembro de 2022, 10:39 - A | A

10 de Dezembro de 2022, 10h:39 - A | A

MÍDIA CIÊNCIA / IMPACTO DO GARIMPO

Estudo encontra mercúrio em árvores urbanas de cidades do Nortão

Amostras coletadas em seis cidades dão indicativos da poluição atmosférica do metal pesado utilizado para mineração na região

MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR BORGES
Da Redação



Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) identificou a presença de mercúrio nas folhas de árvores urbanas de seis municípios no Nortão do Estado. As cidades ficam próximas a áreas de garimpo de ouro, o que teria ligação com a poluição atmosférica do mercúrio na região.

Os pesquisadores ponderam que a presença do metal pesado está dentro da faixa considerada aceitável nos seis municípios: Paranaíta, Alta Floresta, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Colíder e Nova Santa Helena.

A análise foi feita a partir de amostras de folhas de árvores da espécie Moquilea tomentosa Benth, conhecida como "Oiti". Apesar de nativa da Mata Atlântica, a espécie é utilizada para plantio em praças, jardins, ruas e avenidas em todo o Brasil, o que a torna, segundo os pesquisadores, "promissora para o biomonitoramento da poluição atmosférica no perímetro urbano".

A pesquisa entitulada "Arborização urbana como bioindicadora de poluição atmosférica por mercúrio: um estudo de caso com Moquilea tomentosa Benth. (Chrysobalanaceae) na região sul da Amazônia" foi realizada pelos pesquisadores Bruno Paz Deecken, Ednaldo Andrade, Cristaino Alves da Costa, Ricardo Lopes Tortorela de Andrade e Leandro Dênis Battirola, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e ao Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, ambos da UFMT de Sinop.

Um artigo com os resultados foi publicado na revista Research, Society and Development.

município de Paranaíta se destacou devido à concentração média de mercúrio de 172,8 µg Kg-1, porém não se observam restrições de concentração na literatura em relação as folhas de plantas arbóreas

Pelas amostras coletadas, o maior valor médio de mercúrio foi encontrado em Paranaíta, com 172,8 µg Kg-1 (microgramas por quilo). A segunda maior concentração foi achada em Alta Floresta (62,1 µg Kg-1). Em seguida ficaram Carlinda (52,3 µg Kg-1), Nova Canaã do Norte (25,5 µg Kg-1), Colíder (19,3 Kg-1) e Nova Santa Helena (6,8 µg Kg-1).

"O município de Paranaíta se destacou devido à concentração média de mercúrio de 172,8 µg Kg-1, porém não se observam restrições de concentração na literatura em relação as folhas de plantas arbóreas. Ressalta-se que a legislação do Ministério da Saúde estabelece limites de Hg (mercúrio) em alimentos como crustáceos, moluscos e peixes, variando de 500 a 1.000 µg Kg-1 de Hg (Brasil, 2021), indicando que a concentração nas folhas está abaixo dos níveis de risco", diz trecho do artigo.

A pesquisa cita estudos anteriores que relacionam a presença de "mineração artesanal e em pequena escala de ouro", abreviada para MAPEO, com concentração na Amazônia e afetando vários Estados da região, como Mato Grosso, "um dos maiores produtores nacionais de ouro, com atividades de mineração artesanal e em pequena escala em grande parte do território estadual", citam os autores do estudo.

Deecken, B. P./Reprodução

Oiti - Moquilea tomentosa Benth

 Árvore conhecida como Oiti foi usada para identificar a presença de mercúrio nas cidades do Norte de MT

"Dessa maneira, considerando que a região norte de Mato Grosso, porção sul da Amazônia, possui o histórico da exploração de ouro por MAPEO, bem como de intensa atividade agrícola e agropecuária, o objetivo desse estudo foi avaliar se nos perímetros urbanos é detectada a presença de elevadas concentrações de mercúrio, analisando folhas de Moquilea tomentosa Benth. (Chrysobalanaceae), popularmente conhecida como oiti, uma espécie arbórea frequentemente utilizada na arborização de ruas em cidades de regiões quentes como o norte de Mato Grosso (e.g. Zamproni et al., 2016), cujo potencial bioindicador de poluição do ar já foi destacado em outras regiões (Silva et al., 2016; Leandro et al., 2018), contribuindo para o monitoramento de contaminação ambiental por mercúrio nessa região", explicam os pesquisadores.

De acordo com o estudo, haveria uma "relação direta com uma das atividades produtivas, onde se concentra a maior ocorrência de MAPEOs" e ainda "Os menores valores obtidos nos municípios podem estar associados à dispersão do mercúrio a partir das fontes de emissão, o que se torna mais difícil de mensurar".

Leia aqui o artigo científico completo publicado pelos autores.

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Ellen Luiza Gomes de Araujo e Rabelo Pin 10/12/2022

Parabéns UFMT.

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1 comentários

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