LENINE PÓVOAS DE ABREU
Antigamente as pessoas não sabiam muitas alternativas válidas para enfrentarem os problemas sociais e faziam com que originam-se inúmeras discussões com relação a tal assunto.
Hoje em dia não se trata mais de ‘o que fazer?!’, mas sim de ‘quem vai fazer?!’. Muitas das dificuldades do país estão intimamente ligadas à Educação, falta de consciência da população e ao sistema de mercado predatório.
A Educação é a base de uma sociedade mais justa, digna e com maiores oportunidades aos que nascem em famílias menos afortunadas financeiramente, e que, consequentemente, fazem a nação progredir. Isso é um fato indiscutível, de conhecimento comum e “até as pedras sabem”, como diria o ministro Gilmar Ferreira Mendes.
Em meados da década de 90, os Secretários de Justiça dos Estados-membros começaram a ter conhecimento, através do então Ministro da Justiça, que o crime organizado estava aliciando jovens pobres, bancando sua Educação em escolas e faculdades de padrão ‘A’, para que futuramente pudessem defender os seus interesses como membros do Poder Público em geral, seja através concurso, ‘mandato eletivo’ ou simplesmente orientando (vai por aqui, vai por ali...)
Muito sábio da parte do crime organizado, até porque eles sabem o que fazer (investir em Educação), quem tem que fazer (os chefes das facções) e quem têm meios para fazer (dinheiro e crianças dispostas a estudarem, que, aliás, não tiveram tal oportunidade do Estado).
Diante da Educação de qualidade, as portas das oportunidades se abriram para esses ‘doutores do crime’, o que não pode ser admitido em hipótese nenhuma, não porque lhes fora dada chance de estudo, mas pelo fim para qual a oportunidade foi concedida. Os fins, literalmente, não justificam os meios! A falta de atuação do Estado nas regiões mais humildes faz com que as pessoas dessas áreas acabem sendo seduzidas por esses grupos.
Agora imaginemos os Estados-membros sendo tutelados por membros do crime organizado... Estaríamos entregando o futuro da nação nas mãos de pessoas compromissadas com os interesses do povo ou estaríamos diante de indivíduos prontos a defender as atividades das facções criminosas?!
O fato é que se não corrermos contra o tempo estamos sujeitos a caminhar para este quadro, se é que já não estamos nele, né!?
Precisamos ter sabedoria, coragem, vontade, enfrentamento e ‘arregaçar as mangas’. Mas será que o Poder Público tem interesse em nos dar ‘sabedoria’ através da Educação?! A resposta não é das mais motivadoras, e eu e você sabemos muito bem qual é. A mentalidade das pessoas detentoras do poder é: “quanto menor o conhecimento do povo, mais fácil de manipulá-lo”.
O que deve motivar os cidadãos de bem é o conhecimento da gravidade disto e as raras exceções ainda existentes na política nacional.
A grande problemática consiste em que as pessoas estão muito mais preocupadas com os interesses privados, sem ter consciência de que elas são diretamente atingidas pelo descaso dos ‘membros dirigentes do país’, e estes, salvo as poucas exceções, acreditam, ilusoriamente, que se esquivando de suas reais responsabilidades e corrompendo o sistema, poderão construir suas fortalezas e se furtarem dos problemas aos quais eles ajudaram a dar causa.
Há ainda aqueles que tiram as famosas ‘casquinhas’ e acham que está tudo certo!
A prova do engano, a título de exemplificação, se dá quando notamos que bacanas corruptos e seus familiares são assaltados, assassinados, seqüestrados, causando grande repercussão na mídia. Como diria uma canção: “...as grades do condomínio são para trazer proteção, mas será que não é você que está nessa prisão?...”, ou seja, a verdade está aqui fora, não queria se fechar no seu mundinho de dinheiro sujo e construir um falso Éden.
O crime organizado já descobriu a saída para muitos problemas: a Educação. Mas a pergunta é: e o Poder Público já descobriu, passa a mão na grana e engana o povo com a política de pão e circo ou é cego?!
Os detentores do poder podem ser corruptos ou simplesmente cegos, mas nós, cidadãos de bem, não somos. REAGE, BRASIL! .
‘Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!’
LENINE PÓVOAS DE ABREU é cidadão cuiabano e acadêmico de direito em São Paulo/SP.
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