Na semana passada, iniciei a abordagem do tema “Empreendedorismo na Advocacia” levantando alguns questionamentos e compartilhando um pouco da minha atuação como advogada empreendedora. Hoje, continuo no mesmo viés, entretanto, com foco em outra perspectiva: o intraempreendedorismo.
Até porque, as possibilidades para alcançar o sucesso no direito são muitas e merecem ser exploradas. Conforme apontam dados recentemente publicados pela OAB, o Brasil possui cerca de 1,3 milhão de advogados. Isso significa que há 1 advogado a cada 164 habitantes. Esses números demonstram a urgência de não somente conhecer o empreendedorismo na advocacia, mas também de torná-lo um diferencial competitivo.
No entanto, será que para empreender é preciso ter um escritório próprio? Neste artigo, mostrarei que você também pode crescer profissionalmente aplicando suas habilidades empreendedoras como advogado contratado. Continue a leitura e saiba como o intraempreendedorismo pode te destacar em um mar de concorrentes!
O que é o intraempreendedorismo?
Apesar de esse tema estar ganhando força no mercado de trabalho e em diversas áreas somente nos últimos anos, a definição de intraempreendedorismo surgiu há algumas décadas com Gifford Pinchot III, empreendedor, autor e inventor norte-americano. Em 1978, juntamente com sua esposa, Elizabeth Pinchot, ele escreveu um artigo no qual usou esse termo pela primeira vez.
Alguns anos depois, em 1985, Pinchot se aprofundou nesse tema por meio do livro “Intraempreendedorismo: por que você não precisa deixar a corporação para se tornar um empreendedor”. Na prática, intraempreender é levar inovação com ideias e ações empreendedoras dentro da organização, independentemente do cargo. Dessa forma, é possível trilhar uma trajetória profissional vitoriosa mesmo em cargos juniores.
Como praticar as habilidades empreendedoras em escritórios de advocacia?
O intraempreendedorismo não é restrito à advocacia. Contudo, nesse setor, ele é ainda mais essencial. Isso porque, advogados intraempreendedores são extremamente valiosos, raros e disputados por escritórios renomados. Portanto, vale a pena conhecer e praticar as habilidades empreendedoras, sendo você um advogado iniciante (contratado) ou um estudante universitário. Veja abaixo algumas atitudes fundamentais para se destacar em escritórios de advocacia!
Participe ativamente do processo
Obviamente, existem limites para se envolver nas questões internas de uma organização. Porém, você pode demonstrar uma participação mais ativa além do que lhe é designado. Eu diria que “proatividade” é a palavra-chave. Então, encontre espaços para expressar novas ideias que sejam úteis para o crescimento do escritório.
Coopere com os colegas e as equipes de trabalho
Mesmo com o destaque que o intraempreendedorismo proporciona aos advogados, é importante ter o “pé no chão” e entender que o trabalho em equipe continua sendo uma premissa. Até porque, ninguém constrói nada sozinho. E a colaboração é mais uma forma para se desenvolver, compartilhar e aprender mutuamente.
Trabalhe para atingir e superar metas
Seja motivado por metas: isso se aplica a todas as áreas da nossa vida. E, desenvolvendo essa mentalidade, fica muito mais fácil alcançar grandes resultados. Como citei no artigo anterior, batalhe para transformar seus sonhos em realidade – e demonstre isso em sua rotina interna de trabalho por meio de atitudes.
Abrace os novos conhecimentos
Restringir-se aos conhecimentos do direito pode ser um verdadeiro “tiro no pé”. Os profissionais do futuro são multidisciplinares. Por isso, abrace novos saberes, principalmente aqueles indispensáveis para empreender e intraempreender. Tecnologia, marketing digital, negócios e comunicação são alguns bons exemplos.
Minha experiência com o intraempreendedorismo na Advocacia
Agora, quero ir além da teoria e comprovar que o intraempreendedorismo é uma arma poderosíssima na advocacia. Por isso, vou contar um pouco da minha história profissional como advogada intraempreendedora no maior escritório da América Latina, o Nelson Wilians Advogados Associados.
Em outubro de 2021, iniciei na equipe com um contrato temporário de 3 meses. Após esse curto espaço de tempo, consegui ter um destaque tão grande que fui convidada para ser Coordenadora Estratégica (minha posição atual no escritório). Como conquistei isso? Com a atuação intraempreendedora: auxiliando no crescimento e na prospecção de clientes, além da expansão e desenvolvimento de novos negócios. Sendo que obtive êxito nessas atividades por meio da utilização de estratégias de marketing, funis de vendas e, naturalmente, explorando a minha rede de relacionamentos.
Ou seja, na prática, executei a advocacia de alta performance com a atualização constante de todas as tendências e soluções necessárias para conquistar e fidelizar os clientes na organização. Assim como eu, existem outros advogados no escritório que exploram as habilidades empreendedoras diariamente em suas rotinas.
E é isso que nos faz alcançar o tão almejado sucesso: ações inovadoras que nos destacam profissionalmente e criam um diferencial competitivo no mundo jurídico. Portanto, acredito que o intraempreendedorismo é uma ótima solução para o crescimento mútuo, tanto dos escritórios quanto dos membros das equipes.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.