LÍCIO MALHEIROS
Brasil, país depauperado, em função de um longo processo de colonização imposto pelos portugueses em 1500, tendo como objetivo a colonização exploratória.
Nesse período, fomos espoliados de forma aviltante e imoral; tendo início, com os ciclos ocorridos durante o período pré-colonial (1500-1530). O ciclo do pau-brasil foi o primeiro a despontar no país, depois ciclo da cana-de-açúcar, ciclo do ouro, ciclo do algodão, ciclo do café, ciclo da borracha e por ai vai. Durante esse período exploratório, nossos recursos naturais foram vilipendiados, fruto de um processo de exploração irracional imposta pelos colonizadores.
Voltando ao século XXI, esse processo de exploração, ganha novo nome - corrupção -, ocorrida através da prática abusiva imposta por alguns gestores públicos, que no afã de enriquecimento ilícito, cometeram arbitrariedades e ilicitudes envolvendo dinheiro público.
Isto é uma vergonha, um tapa na cara da população brasileira, que tem hoje 27,7 milhões de desempregados; sem falar dos cerca de 85% dos trabalhadores brasileiros que ganham até 5 salários mínimos
Toda ação corresponde a uma reação, no sentido contrário, de maior intensidade; em outras palavras, isto ocorreu através de medidas de governo que criou a CGU em 2001 e, a partir de 2003 o governo federal iniciou as chamadas “operações da Polícia Federal” contra a corrupção.
Entre elas, a de maior envergadura a Operação Lava Jato, maior investigação contra a corrupção já realizada no Brasil. Deflagrada, em março de 2014, determinou os rumos políticos e econômicos do país, revelando esquemas ilegais na Petrobras, além de contas pessoais de figuras importantes da República.
A referida operação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro do país completa três anos; conseguindo devolver ao país R$ 10 bilhões aos cofres públicos.
Na contramão da história, o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na quarta-feira, por 7 votos a 4, incluir no orçamento de 2019 a previsão de reajuste salarial de 16,38% para os ministros da corte, atualmente o salário desses senhores de toga, é de 33,7 mil, os salários dos ministros poderão, ultrapassar R$ 39 mil, a partir do ano que vem.
Isto é uma vergonha, um tapa na cara da população brasileira, que tem hoje 27,7 milhões de desempregados; sem falar dos cerca de 85% dos trabalhadores brasileiros que ganham até 5 salários mínimos. Todos nós, iremos mais uma vez, pagar essas benesses a esses senhores de toga, e o que é pior, em efeito cascata, poderá chegar até ao prefeito, do fim do mundo, para não declinar nenhum município.
Estes também poderão majorar seus salários, desde que este, não ultrapasse o teto do Supremo Tribunal Federal (STF), e estarão certo, respaldados pelo que preconiza a constituição de 1988.
População brasileira, vamos acordar e acompanhar pari passu, como nossos egressos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram, para o aumento dos seus salários em 16,38%; enquanto o aumento do salário mínimo, que era de R$ 937,00, teve um aumento de 1,81%, passando a R$ 954,00, vejam que diferença gritante. Lembrando a população, caso este aumento esdruxulo seja aprovado, o mesmo, ira impactar na folha do ano que vem em R$ 717 milhões.
Dos 11 ministros, voraram a favor do aumento (marquem bem esses nomes): Ricardo Lewandowski, Luiz Roberto Barroso, Marco Aurélio de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes.
Contra o aumento, votaram Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber, Edson Fachin. Um placar bem elástico, a favor do aumento, corporativismo inconteste.
O futuro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, votou a favor, desse aumento: absurdo, imoral, vexatório, que representa verdadeiro escárnio aos cofres públicos, e o que é pior, comprometendo o próximo presidente da República; caso o Congresso Nacional aprove, e depois, Michel Temer sancione este absurdo, o país irá entrar em colapso total ano que vem.
A imprensa desempenha papel fundamental, na contextualização de temas que possam efetivamente, afundar um país, como o que estamos abordando agora.
Em função disso, alguns ministros foram arguidos e perguntados por repórteres, como e por que, votaram a favor desse aumento?, surgiram algumas pérolas; a mais inusitada ficou por conta do ministro Ricardo Lewandowski, para justificar o aumento “ele justificou que o Ministério Público recuperou R$ 1 bilhão para Petrobras por meio de acordos de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato” brincadeira, sem comentários, durma-se com um barulho desses.
Pare o mundo, quero descer!
LÍCIO ANTÔNIO MALHEIROS é geógrafo.
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