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OPINIÃO Sexta-feira, 08 de Junho de 2012, 11:20 - A | A

08 de Junho de 2012, 11h:20 - A | A

OPINIÃO / SUELME EVANGELISTA

O Adeus a Franco Querendo

Um advogado brilhante

SUELME EVANGELISTA




Conheci o Franco já faz algum tempo, na década de 80 no saudoso movimento estudantil como presidente da Associação Mato-grossense dos Estudantes – AME, foi um jovem combativo como se dizia, de discurso reto e demolidor, era da ala dos independentes e nós do PcdoB na era Pepeu, Fernandinho, Kleber Lima, Joelma, Chicletão, Arodir Márcio, Hilário, Totó Parente, Magna, Geralda, Bráz Rubson, Cosme e tantos outros. Franco era daqueles poucos e bons que quando chamava pelo nome nos congressos estudantis, gritávamos “É de luta !!! É de luta!!!”.

Somos galhos de uma árvore que rendeu bons frutos, herdeiros da geração utópica que continuou acreditando no socialismo mesmo depois do fim do sonho, falávamos da resistência da Albânia, do camarada Enver Roxha quase todo dia na antiga sede do PCdoB na rua Comandante Costa em Cuiabá, mas nunca abandonamos estes princípios e coerência na vida e na nossa profissão.

Nessa época éramos pândegos românticos que vivia nos bares desenhando revoluções pessoais alheios a tudo e á todos vivíamos quase num universo paralelo, ouvindo muita música Andina que aprendi a apreciar com Franco por influência do movimento cultural denominado Raíces de América, com Pablo Milanez, Violeta Parra, Pablo Neruda, Che Guevara, Garcia Marquez e Eduardo Galeano entre outros ativistas: Gracias a la vida!

Sua paixão pelo continente latinoamericano durou toda a vida, viajou pelo mundo, mas nunca negou sua predileção pela America Latina, que conhecia tão bem e se reconhecia também, soy latino americano e nunca me engano!

No fim dos anos 90 nos reencontramos em 1996 no curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso. Nesta fase assumimos o Centro Acadêmico de História CAHIS e continuamos boêmios, fomos inclusive um dos fundadores da Sociedade Historiográfica dos Poetas Cachaceiros Vivos SHPCV, reuníamos ordinariamente no intervalo das passeatas estudantis toda sexta feira para jogar baralho, beber, falar de política, ciência e da vida que amava tanto.

Franco foi aluno apaixonado por história, principalmente de América e de Mato Grosso, e foi orientando do seleto grupo do Prof. Dr. Carlos A. Rosa, pouca gente conhece sua contribuição para história local, mas antes de ser advogado, ele foi um brilhante pesquisador de arquivos e grande ledor de história, uma de suas paixões, que dividia com Joana sua esposa e depois com o Direito e Isabela sua filha.

Nestes anos todos tivemos muitos encontros e desencontros, mas sempre nos víamos. Menos do que gostaríamos, mas como podíamos, o último deles foi na campanha para Governador de Mauro Mendes em 2010, onde ele era assessor jurídico e eu coordenador pelo PSB, mais uma vez como lhe era peculiar fez um trabalho brilhante e com amor.
Franco conseguiu durante sua curta passagem neste mundo dar mais significado e sentido a palavra que motivou seu nome de batismo, do que ela deu á ele, foi muito mais que sincero, foi amigo querido e iluminado, contudo, a melhor definição de seu espírito de amor infinito não se encerra no seu nome, segue adiante no sobrenome Querendo.

Termino com uma estrofe de uma música que ele adorava e que hoje representa a imensa saudade e tristeza que sinto agora. É uma letra do filho do Jacó do Bandolim, Sérgio Bittencourt em memória póstuma do pai, nunca imaginei ou desejei usar essa poesia para homenagear meu amigo Franco Querendo:

Naquela mesa ele sentava sempre. E me dizia sempre o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias. Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela mesa ele juntava gente. E contava contente o que fez de manhã (...) Agora resta uma mesa na sala. E hoje ninguém mais fala do seu bandolim. (...) Naquela mesa ta faltando ele. E a saudade dele ta doendo em mim.

Suelme Biela Evangelista Fernandes - Mestre em História pela UFMT e Secretário Geral do PSB Cuiabá

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