Quarta-feira, 19 de Março de 2025
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Quarta-feira, 19 de Março de 2025
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

OPINIÃO Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012, 16:59 - A | A

20 de Janeiro de 2012, 16h:59 - A | A

OPINIÃO / IGOR GIELOW

O juiz e o holofote

Ser popular nem sempre acaba bem, como mostra Garzón

IGOR GIELOW



Enquanto os meritíssimos brasileiros engalfinham-se, Madri viu ontem Baltasar Garzón sentar-se no banco dos réus.

O juiz espanhol, que ganhou fama ao prender Augusto Pinochet fora do Chile e por ajudar a reabrir casos da ditadura argentina, é visto por seus apoiadores como um defensor universal das vítimas da opressão.

Para seus adversários, que geralmente estão no que é percebido pela opinião pública como o "lado do mal", Garzón é só um oportunista com pouco respeito às leis.

A verdade parece estar no lugar de sempre: em algum lugar no meio do caminho. Mas o voluntarismo de Garzón cobrou seu preço: ele está sendo julgado por autorizar escutas ilegais enquanto investigava uma suposta rede de corrupção envolvendo o Partido Popular (hoje no poder).

Ao que tudo indica, e como a coisa mexe com políticos e advogados cabe sempre cautela, ele exagerou. E foi buscar um privilégio inexistente de ter o direito a uma apelação superior. É forte candidato a perder a toga por 17 anos, matando sua carreira.

Garzón está na berlinda. Numa Espanha em eterno Fla-Flu, cindida por quase quatro décadas da ditadura fascista de Francisco Franco, ele tentou reabrir casos de violação, só para ser afastado e responder a outro rumoroso processo.

O juiz, disse a Justiça, atentou contra uma fundação da transição democrática, a anistia, angariando os previsíveis apoios e críticas. Nada muito diferente, guardadas as proporções, do que acontece no Brasil (com efeito, Garzón deu pitacos contra a Lei de Anistia daqui também).

Empolgados com a atuação de Eliana Calmon, magistrada cuja justa causa de combate aos privilégios do Judiciário às vezes é ofuscada pelos holofotes, juízes Brasil afora podem começar a emular a figura do procurador "combativo" que tanto prejudicou o Ministério Público.

É popular, mas nem sempre acaba bem, como Garzón demonstra.

IGOR GIELOW é secretário de redação da Sucursal de Brasília do jornal Folha de S.Paulo.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Homem acusado de armazenar conteúdo sexual infantil é preso pela PF
#GERAL
ANJO PROTETOR
Homem acusado de armazenar conteúdo sexual infantil é preso pela PF
Idoso é encontrado morto em área de mata em Várzea Grande
#GERAL
DESCARGA ELÉTRICA
Idoso é encontrado morto em área de mata em Várzea Grande
Policial salva recém-nascido levado a delegacia sem respirar; vídeos
#GERAL
ENGASGOU COM LEITE
Policial salva recém-nascido levado a delegacia sem respirar; vídeos
Projeto social ensina mulheres a gerar renda com cursos de Auxiliar de Cozinha e Personal Organizer
#GERAL
CUIABÁ E CÁCERES
Projeto social ensina mulheres a gerar renda com cursos de Auxiliar de Cozinha e Personal Organizer
Instituto convida casais para encontro sobre inteligência emocional nos relacionamentos
#GERAL
PLANEJANDO O SIM
Instituto convida casais para encontro sobre inteligência emocional nos relacionamentos
Estado destina 4,7 mil câmeras de segurança à prefeitura de Cuiabá
#GERAL
VIDEOMONITORAMENTO
Estado destina 4,7 mil câmeras de segurança à prefeitura de Cuiabá
Confira Também Nesta Seção: