FÁBIO MELLO
Chegou a hora de quem produz aquilatar se o Governo Federal lhe dá o devido valor. E isto é pontuado em razão de estarmos na iminência da divulgação do plano safra 2017/2018. É certo que desnutrir quem nutre as mesas da própria nação e do mundo afora exportando e gerando segurança alimentar não seria nada sábio. E, não se trata apenas da produção de alimentos presente nos vastos campos de Mato Grosso, celeiro do mundo, o agronegócio é hoje a sustentação financeira deste país, que, aliás, está mal das pernas.
As cifras no vermelho exibem um vexatório rombo de R$ 200 bilhões das contas públicas. E, como se não tivesse alternativa promove a ganância da arrecadação desenfreada, e francamente, o Agro não quer e não pode ser penalizado com o apetite voraz do mercado financeiro, sempre protegido pelo governo.
O Agro não aceita e não pode aceitar as majorações elevadíssimas dos juros que dizimam o lucro do produtor, elas não cabem porteira adentro, são pragas roedoras da implantação de tecnologia, da inovação, reforma de pastagens e do incentivo moral do forte homem do campo, ainda abalado pelos duros golpes, com nome e sobrenome FUNRURAL e OPERAÇÃO CARNE FRACA.
O Agro não aceita e não pode aceitar as majorações elevadíssimas dos juros que dizimam o lucro do produtor, elas não cabem porteira adentro, são pragas roedoras da implantação de tecnologia, da inovação, reforma de pastagens e do incentivo moral do forte homem do campo
Quando as entidades ligadas a todos os setores da agricultura e pecuária de Mato Grosso, debruçam-se em busca de sábias soluções e estratégias, gerando então o Plano Safra, ou melhor, o Plano Agrícola e Pecuário 2017 / 2018, e o coloca nos braços da União, é o mesmo que depositar a fé de que este embrião será de fato gerado.
As 32 medidas propostas para o Agro é bem isso mesmo, quase um filho, que pode vingar ou não. E, diga-se de passagem, um filho do campo, que rendeu bons frutos, mesmo diante das turbulências, com reflexos nada passageiros. E ainda assim, neste cenário inóspito trouxe orgulho, enquanto outros setores amargaram um naufrágio profundo do PIB, de janeiro a dezembro de 2016, o PIB do agronegócio brasileiro acumulou crescimento de 4,48%.
Engordar as finanças deste Estado e País depende neste momento unicamente de quem tem o poder na mão, o Governo Federal. A medida neste caso é calar o apetite dos juros, servindo aos produtores o cardápio da justiça, donde se inclui a disponibilização de consideráveis cifras para quem de fato contribui para o equilíbrio da balança comercial.
O plano Safra trás a receita simplificada, implora percentuais mais equilibrados, abaixo de 5%a.a, bem como o fortalecimento dos recursos de comercialização da produção, demandas legítimas ainda da manutenção do Programa Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), financiamento e flexibilidade para a construção de armazéns, e claro, não poderia ficar de fora; a desburocratização do sistema.
O Agro conta mais uma vez com os esforços do guerreiro Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que tem poucos dias para este duro desafio. Como bem declarou, é preciso encontrar espaço no orçamento do governo federal para garantir subsídios mais atrativos. Sem eles a produção fica comprometida.
Partilhando das trincheiras certamente está a bancada ruralista, que tem outro mato-grossense como líder, Nilson Leitão. Assim, todas as fichas estão depositadas nestes nossos representantes, pois o Agro é a locomotiva deste país e não lhe pode, em hipótese alguma, faltar combustível.
Espera-se que o Governo Federal trate o Agro com a mesma reciprocidade, notadamente para que a desnutrição não roube e não se alastre em nossos verdes campos produtores.
Por favor, não desistam de lutar por quem não desistiu ainda de produzir.
FÁBIO MELLO é advogado e pecuarista.
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