ALLAN PEREIRA
Da Redação
O cachê das 16 atrações nacionais que se apresentarão no Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, entre 19 de julho e 4 de agosto, terá um custo de mais de R$ 3,7 milhões para os cofres do município. Parte dos recursos vem de emendas parlamentares e do Governo do Estado.
Conforme apurou o Midiajur junto ao Portal da Transparência e extratos publicados no Diário Oficial da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), o maior cachê do festival é da dupla sertaneja Maiara e Maraísa, que foram contratadas, ainda no ano passado, por R$ 624 mil.
O segundo maior cachê é do cantor Lulu Santos, que foi contratado pela prefeitura por R$ 520 mil, já no início deste ano. Em seguida, a banda Titãs tem o terceiro maior valor de contratação para show, com R$ 350 mil. Todas as 16 contratações se deram com inexigibilidade de licitação - confira abaixo o cachê por artista no dia da apresentação.
19 de julho – Anjos de Resgate – R$ 75 mil;
20 de julho – Aline Barros – R$ 150 mil;
26 de julho – Maiara e Maraísa e Boy Munhoz – R$ 624 mil;
27 de julho – Titãs e Barão Vermelho – R$ 350 mil e R$ 197 mil, respectivamente;
28 de julho – 14 Bis, Rádio Táxi e RPM – R$ 310 mil e R$ 140 mil, respectivamente;
30 de julho – Matogrosso e Mathias – R$ 250 mil;
02 de agosto – Michel Teló e João Bosco & Vinícius – R$ 310 mil e R$ 250 mil;
03 de agosto – Lulu Santos e Queen Tribute – R$ 520 mil e R$ 17 mil, respectivamente;
04 de agosto – Dilsinho e Ferrugem – R$ 280 mil e R$ 250 mil, respectivamente;
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Além dos shows, o Festival de Inverno tem uma programação paralela que é composta por oficinas, desfiles de moda, no Chapada Fashion, balonismo, paraquedismo e feira gastronômica.
O prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (Republicanos), afirmou que é esperado um retorno de até R$ 80 milhões em contrapartida com o que foi gasto pelos cofres públicos.
Contudo, o gestor e os empresários locais temem que o início das obras do Portão do Inferno desanimem os moradores da Baixada Cuiabana a subir para a cidade e curtir o festival.
Atualmente, o trecho do Portão do Inferno, na MT-251, funciona apenas com uma pista liberada e restrição de veículos - clique aqui para saber quais veículos estão permitidos passar pela rodovia.
Quem sobe de ônibus para a Chapada percorre um trecho maior pela BR-364, que vai até Campo Verde e depois desce de volta para a Chapada, pela mesma MT-251.
Froner pediu para que o secretário de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira da Silva, mais conhecido como Marcelo Padeiro, adie o início das obras. Nesta semana, para a imprensa, o gestor não levou em consideração o pedido. “A gente já quer começar a obra porque ela é significativa para a região”, declarou.
Os deputados estaduais Júlio Campos (União Brasil) e Diego Guimarães (Republicanos) também pediram para a Sinfra esperar a conclusão do festival, enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), foi contra.
Diego, que coordena a Frente Parlamentar do Comércio de Bens e Serviços (FPC) da Assembleia Legislativa, pediu cautela para Padeiro e apontou que o festival é fundamental para a economia da cidade de Chapada.
“Vi na imprensa que a Secretaria de Infraestrutura afirmou que a obra começará o quanto antes e em poucos dias teremos o Festival de Inverno. Reitero que isso seja feito com cautela, organização e muita comunicação para que isso não impeça o ir e vir das pessoas ao festival. Vou acompanhar isso de perto, para não prejudicar o comércio de Chapada dos Guimarães”, pontuou.
As obras no trecho do Portão do Inferno, na MT-251, levariam a interdição do trânsito próximo até às 17h. Após meses de bloqueio, o festival é visto como o momento para recuperar o faturamento perdido com a queda no número de visitantes causado pelos bloqueios neste trecho da rodovia. A expectativa é que as operações de remoção de terra se iniciem ainda nesta semana.
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