ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) defendeu a compra de 35 mil comprimidos de Viagra e 60 próteses penianas do Exército Brasileiro e afirma que os insumos são necessários para uso nos hospitais das Forças Armadas.
"Quando a pessoa fala em prótese peniana, acha que é um vibrador. É a primeira coisa que vem na cabeça de uma pessoa comum. E não é isso. Uma prótese é para consertar algum problema que a pessoa tem. As Forças Armadas têm vários hospitais e precisam ter vários aparelhos, manutenções e medicamentos", diz.
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Já sobre o viagra, Cattani aponta que o medicamento não é apenas para disfunção erétil. "Ele pode ter várias aplicações", diz.
Contudo, especialistas ouvidos pelo G1 apontam que a dosagem comprada pelo Exército é indicada para tratar a falta de ereção de homens para atividade sexual.
As compras foram reveladas pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), após consulta no Portal de Transparência Governamental, que permite acessar dados sobre os gastos públicos.
Na segunda (11), o parlamentar divulgou que o Exército havia adquirido 35 mil unidades de Viagra.
Em nota, o Ministério da Defesa apontou que o medicamento era para tratar pacientes com hipertensão arterial pulmonar e que o processo de compra foi transparente, além de ter obedecido os princípios constitucionais.
Na terça (12), Elias voltou as redes sociais e divulgou que as Forças Armas haviam aprovado a compra de cerca de R$ 3,5 milhões em próteses penianas, sendo que cada uma custou de R$ 50 a R$ 60 mil.
O Ministério da Defesa não se manifestou sobre esse novo pedido.
Cattani diz que espera o posicionamento do Governo, mas que as Forças Armadas têm a prerrogativa de fazer as aquisições para tratar seus membros, principalmente para disfunção erétil.
"A disfunção erétil não é um problema que uma pessoa pode ter? Se isso for tratado no hospital [das Forças Armadas], qual que é o problema. Agora, vamos esperar para ver o que eles [Ministério da Defesa ou Exército] vão dizer", diz.
Pressionado pela imprensa, o deputado estadual não vê desvio de finalidade ou uso questionável da máquina pública com as compras.
"Não quando se trata de um hospital das Forças Armadas e de uma doença do cidadão. Se ele está tratando da doença de um cidadão, pode ser ela qual for, se você tiver uma disfunção erétil, ele vai querer tratar também se ele tem essa prerrogativa", conclui.
O parlamentar também afirma que é um absurdo ligar a compra a um possível caso de corrupção.
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