LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
A defesa do juiz federal Julier Sebastião da Silva, que é investigado pela Polícia Federal de supostamente ter favorecido a empresa Encomind em decisão judicial, reiterou pedido de liminar feito em mandado de segurança para trancar ou suspender a busca e apreensão, realizada durante a “Operação Ararath”, na residência e no gabinete dele na Justiça Federal.
A solicitação de julgamento da liminar foi feita no dia 13 deste mês a desembargadora do Tribunal Região Federal da 1ªa Região, Selene Maria de Almeida, relatora do mandado.
De acordo com o trâmite processual, o pedido deve ser analisado nos próximos dias, pois já está conclusão para decisão.
O mandado de segurança impetrado pelo juiz é contra atos determinados pelo desembargador Luciano Tolentino Amaral, que foi quem autorizou a realização das buscas e apreensões contra o magistrado.
No dia 10 deste mês, Selene Almeida solicitou ao desembargador Luciano Tolentino Amaral, “para prestar informações que entenda cabíveis no caso”.
Operação Ararath
No dia 12 de novembro a Polícia Federal realizou a primeira etapa da operação. Na ocasião foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência e no escritório do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, mais conhecido como Júnior Mendonça. Ele é acusado pela PF de participar de um esquema de agiotagem e lavagem de dinheiro em Mato Grosso, que teria movimentado mais de R$ 500 milhões.
Na segunda etapa da operação, realizada no dia 25, os mandados foram cumpridos na residência e gabinete do juiz federal Julier Sebastião da Silva e na casa e escritório do presidente do Detran de Mato Grosso, Gian Castrillon.
Outros alvos dos mandados foram o bacharel em direito Thiago Dorileo, apontado pela PF como “lobista de sentença” e a empresa Encomind, do ramo da construção.
3ª fase da operação
A 3ª fase da operação ocorreu na manhã desta segunda-feira (16). A PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão em três cidades do Estado.
Dos sete mandados expedidos, cinco foram em Cuiabá, um em Várzea Grande e um em Tangará da Serra. Os alvos foram duas empresas e cinco pessoas físicas.
Entre os alvos dos mandados, estão a sede da Construtora Guaxe-Encomind, em Tangará da Serra, o escritório do Consórcio Planservi-Sondotécnica da Avenida do CPA, em Cuiabá, e um grupo atacadista em Várzea Grande, que atuaria no ramo de factoring.
O Consórcio Planservi-Sondotécnica foi contratado para gerenciar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, ao custo total de R$ 46,9 milhões, com vigência de 27 meses, na modalidade Regime Diferenciado de Contratação (RDC).
Os policiais federais chegaram ao edifício comercial às 5h57, e como naquele horário não havia nenhum funcionário no escritório, os agentes chamaram uma funcionária da limpeza como testemunha e entraram na sala com uma chave reserva, que ficava na portaria.
Após revistarem o escritório do consórcio, eles saíram às 9h50 levando pelo menos oito HDs (disco rígido de computador).
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