CAMILA RIBEIRO
DO MIDIANEWS
O ex-secretário de Estado Eder Moraes voltou a ser preso pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (1º), em sua residência, no Condomínio Florais, em Cuiabá, durante a sétima fase da Operação Ararath.
As informações são extraoficiais e dão conta de que a prisão foi decretada porque Eder estaria vendendo imóveis de sua propriedade, para evitar possível confisco e bloqueio de bens.
A Ararath investiga esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro público, por meio de factoting de fachada. Mais de R$ 500 milhões teriam sido desviados por meio do esquema, liderado pelo empresário Júnior Mendonça, da Amazônia Petróleo, e agentes públicos, como Eder Moraes.
Nesta fase da operação, a PF também descobriu que investigados realizaram operações imobiliárias fraudulentas, com valores inferiores aos praticados no mercado.
Segundo a PF, vários veículos de luxo também foram adquiridos, sempre em nome de terceiros ("laranjas"), com o intuito de ocultar a real propriedade e impedir o cumprimento de decisão judicial de sequestro e arresto de bens.
As medidas foram determinadas pela Justiça Federal de Mato Grosso, a partir de requerimento do Ministério Público Federal (MPF) no curso da Ação Penal, sendo que a Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar a ocultação e a lavagem de dinheiro.
Além de constituírem crimes próprios, tais condutas também violam decisão judicial que concedeu liberdade provisória a Eder.
Terreno transferido para filho motivou prisão (atualizado às 9h25)
Segundo apurou o MidiaNews, a transferência de um terreno de Eder Moraes para o seu filho foi o principal fato que culminou na prisão.
Neste momento ele está sendo levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá.
Advogado de Eder diz que pedirá liberdade (atualizada às 9h35)
Tarso Nunes/RDNews |
Agentes conduzem Eder Moraes, durante chegada à Superintendência da PF, em Cuiabá |
O advogado Ronan Oliveira acaba de chegar à Superintendência da PF. Ele evitou dar maiores declarações.
"Não podemos falar muito, pois não sabemos o teor do termo de prisão. Só posso dizer que entraremos com um habeas corpus ainda hoje", disse
Delegada conduz inquérito (atualizada às 9h43)
A delegada Heloísa Alves de Albuquerque Saveri, do Núcleo de Inteligência da PF, está conduzindo o inquérito.
Ela está interrogando Eder Moraes neste momento, no quarto andar da Superintendência da PF.
Eder foi preso pela manhã e sofreu busca e apreensão (atualizado às 9h50)
Um dos epicentros do esquema de corrupção investigado pela Ararath, Eder foi detido por volta das 6h30 desta manhã, no condomínio Florais.
Alguns agentes e um delegado chegaram discretamente no local. Eles fizeram busca e apreensão na residência e levaram documentos e computadores.
Delegado da PF atenderá imprensa e dará detalhes (atualizada às 10h15)
Profissionais da imprensa aguardam mais detalhes sobre a operação |
No momento, vários veículos de comunicação já estão no local, entre sites, TV´s e jornais.
Advogado fala em "estratégia do MPF" para a prisão (atualizada às 10h37)
Um advogado criminalista ouvido pela reportagem considerou, num primeiro momento, "frágeis" as argumentações para a prisão de Eder - no caso, a transferência de um terreno para um de seus filhos.
"O fundamento, se for esse mesmo, é frágil. Mas pode ser uma estratégia do Ministério Público Federal, porque está pra sair a sentença condenatória de Eder na primeira ação penal. E há uma regra processual: se o réu estiver solto, ele recorre solto. Se estiver preso, recorre preso", afirmou.
O delegado Marco Aurélio Saveri afirmou aos jornalista, em entrevista coletiva, que desde que foram deflagradas as primeiras fases da Operação Ararath, Eder passou a praticar crimes de ocultação de bens e lavagem de dinheiro.
"Durante as investigações, constatamos que o investigado continuava movimentando seu patrimônio, apesar de a Justiça ter determinado o bloqueio de milhões de reais de sua conta. Ele se utilizava de laranjas, como filhos, alguns parentes, inclusive a maior parte menores de idade, e pessoas da família Piran para praticar esses crimes", afirmou.
O delegado Marco Aurélio Saveri, que falou com os jornalistas |
Segundo o delegado, para realizar pagamentos de contas pessoais, Eder também se utilizada dos "larajas".
"Contudo, o dinheiro não foi encontrado, visto que o investigado ocultou bens e valores de forma proposital. Apesar de não identificarmos a movimentação, concluímos que o patrimônio está sendo movimentado, seja imóveis, veículos ou pagamentos de contas de alto valor, por meio de terceiros. Por isso não conseguíamos encontrar nenhuma movimentação financeira ou de patrimônio dele", disse.
O delegado explicou que Eder teve bens bloqueados judicialmente, e que se utilizava desta estratégia para tentar não ser atingido.
Cartórios foram informados e Eder será entregue ao sistema prisional (atualizado às 11h03)
O delegado da PF também informou que a Justiça já determinou que os cartórios bloqueiem os bens de Eder, identificados durante as investigações.
"Parte do patrimônio ainda está sendo identificada. Trata-se de veículos e imóveis que serão arrestados junto aos cartórios", disse.
Segundo ele, as investigações continuam e novos desdobramentos poderão ocorrer . "A prisão é preventiva e, por enquanto, não houve nenhum pedido de transferência. Após ser ouvido, ele será entregue ao sistema prisional", afirmou.
O delegado ressaltou que as pessoas utilizadas como "laranjas" também podem ser responsabilizadas pelos crimes de ocultação e lavagem de dinheiro.
Delegado: Eder poderá ter que devolver R$ 100 milhões (atualizada às 11h30)
"Constatamos inúmeras transações feitas por ele, recentemente. Principalmente após o período em que ele esteve preso. Eder deverá ter que devolver cerca de R$ 100 milhões"
Segundo ele, somadas as ordens judiciais, "Eder deverá ter que devolver cerca de R$ 100 milhões".
"Constatamos inúmeras transações feitas por ele, recentemente. Principalmente após o período em que ele esteve preso. Contudo, a Operação Ararath, como um todo, demonstra que as práticas criminosas vem sendo cometidas por ele há anos", disse.
"Essas transações feitas por ele, recentemente, são argumentos que comprovam que, em liberdade, ele pode continuar a reiterar as práticas criminosas", afirmou.
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