MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) levantou suspeitas sobre um suposto boicote político ao envio de mais vacinas contra a Covid-19 para Cuiabá em razão dos jogos da Copa América na cidade.
Mesmo questionado, ele evitou citar diretamente nomes, apesar de dar a entender que seriam agentes ligados ao Governo do Estado.
O prefeito prometeu um novo anúncio sobre a questão do número de doses das vacinas para esta quinta-feira (23).
Quando foi feito o anúncio de que a Capital sediaria o evento, Emanuel e o deputado federal Emanuelzinho (PTB), seu filho, foram a Brasília buscar o envio de mais doses.
O prefeito chegou a se posicionar contra a Copa América pelo risco de disseminação da Covid-19, o que seria contingenciado com mais vacinas.
"Vocês viram o compromisso do ministro [da Saúde. Marcelo Queiroga]. O deputado Emanuelzinho está articulando isso por Cuiabá, e também ajudando Várzea Grande. Eu e ele fomos recebidos pelo presidente Bolsonaro, pelo ministro-chefe da Casa Civil, eu estive duas vezes com o
ministro da Saúde, e ele (Emanuelzinho), três. Vocês viram a declaração do ministro da Saúde", disse o prefeito a jornalistas, na tarde de quarta-feira, durante ato público.
"Estranhamente, de uma hora para outra, uma pressão política no ar. Isso é abominável, repugnante. Estranhamente, estão querendo mudar o compromissado com Cuiabá, recuar de um compromisso publicamente firmado pelo Governo Federal. Eu e Emanuelzinho preferimos seguir no caminho de acreditar no Governo Bolsonaro e naquilo que vocês ouviram do próprio ministro da Saúde. Estão tentando boicotar Cuiabá, pelo visto", disparou.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a gravar vídeo ao lado de Emanuelzinho. Disse, na ocasião, que atenderia à demanda de Cuiabá por mais doses, sem citar diretamente a Copa América.
Na segunda-feira (21), Queiroga participou da Comissão da Covid-19 no Senado e disse que não haveria compensação a Cuiabá e Várzea Grande pela Copa América, mas que o Governo estuda enviar mais doses a Mato Grosso, em razão da fronteira seca com a Bolívia.
Ao ser questionado sobre quem estaria agindo contra a Capital, o prefeito não deu nomes.
"Estranho, né? Nós estamos tentando descobrir também. Mas está claro, está nítido isso. Eu não sei como é que existem pessoas com esse caráter, com essa coragem. Estão tentando boicotar... Olha a pequenez do pensamento. Se vier a vacina para Cuiabá, pode fortalecer politicamente Emanuelzinho e Emanuel Pinheiro. Pelo amor de Deus, nós estamos cumprindo nossa missão, estamo indo atrás de vacinas, quanto mais melhor. Quero vacinar todo mundo, estou fazendo meu papel. O Governo deveria ter feito o mesmo para o Estado e cada um deve fazer sua parte, como Kalil (Baracat) e Jayme Campos fizeram depois. Entao, é uma pena", lamentou.
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