LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O empresário Gércio Marcelino Mendonça, mais conhecido como Júnior Mendonça, conseguiu que a Justiça Federal determinasse a devolução de uma Ferrari, modelo 458, apreendia pela Polícia Federal.
O carro, avaliado em R$ 1,5 milhão, foi levado em cumprimento a mandado de busca e apreensão realizado em um imóvel do empresário em São Paulo.
A decisão foi do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, datado do dia 10 de fevereiro, conforme consta no andamento processual.
A apreensão é um desdobramento da Operação Ararath, que teve início em novembro de 2013, em que Júnior Mendonça é o principal alvo da investigação.
Acusações
O empresário do grupo Amazônia Petróleo é acusado da suposta prática de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional, mais especificamente agiotagem.
Conforme as investigações da Polícia Federal, o suposto esquema teria movimentado, de forma ilegal, cerca de R$ 500 milhões, em um período de seis anos.
Todo o processo de investigação teve início em 2011 e culminou com a operação no dia 12 de novembro. Na época foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, inclusive, na residência do empresário. Os mandados foram expedidos pelo juiz Schneider.
As investigações apontaram que o empresário teria utilizado a factoring “Globo Fomento Mercantil”, que também era de sua propriedade até 2012, como fachada para os negócios de agiotagem.
Além disso, ele é acusado pela Polícia Federal de ter se utilizado da movimentação financeira da rede Amazônia Petróleo, da qual também é sócio, para realizar transações financeiras ilegais.
Segunda etapa
Passado uma semana da realização da operação, a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra o juiz federal Julier Sebastião da Silva, sob a suspeita de que ele teria concedido uma decisão favorável à construtora Encomind.
No mesmo dia, policiais federais também cumpriram mandados em desfavor do o ex-presidente do Detran, Gian Castrillon.
Outro alvo da operação foi o bacharel em direito, Tiago Vieira de Souza Dorileo. Ele foi apontado pela PF, como lobista que negociaria decisões judiciais.
A sede da empresa Guaxe-Encomind também foi vistoriada pelos policiais.
Devolução de documentos e objetos
Na semana passada, o juiz Julier Sebastião da Silva também obteve uma decisão favorável pela devolução de objetos e documentos apreendidos na sua residência e gabinete durante a realização da operação.
A decisão foi do desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, Luciano Tolentino Amaral. Ele fundamentou a devolução alegando que os documentos apreendidos foram "além do objeto do mandado".
Outro Lado
Procurado pela reportagem os advogados de Júnior Mendonça preferiram não se manifestar, sob a justificativa que o processo tramita em segredo de justiça.
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