MAX AGUIAR/ DA REPORTAGEM
LUCAS RODRIGUES/DA REDAÇÃO
O advogado Hélcio Correa Gomes, que faz a defesa do ex-superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, Luis Carlos Cuzziol, na ação penal oriunda da Operação Ararath, fez uma avaliação otimista das audiências que foram realizadas nos dias 24, 25, 31 de julho e 1º de agosto, na sede da Justiça Federal em Cuiabá.
Segundo ele, todas as provas têm colaborado para uma possível absolvição de Cuzziol, que é acusado de integrar esquema de lavagem de dinheiro e de operar o Bic Banco de forma fraudulenta para atender os interesses do grupo investigado.
“Provavelmente se estivéssemos em um país evoluído, o juiz pediria para arquivar o processo contra o Luiz Cuzziol. Nutrimos a esperança da absolvição, pois nada foi comprovado e a própria denúncia é uma injustiça contra meu cliente”, afirmou ele.
Hélcio Gomes defendeu que o Bic Banco seria um banco por atacado, ou seja, fomentaria investimentos e não as irregularidades que estão sendo imputadas pela denúncia do Ministério Público Federal (MPF).
“O que houve foi uma mistura de informações. O banco não pode adivinhar de onde vem o dinheiro de quem deposita e também não tem culpa se houve falcatrua entre os envolvidos. Se há algum ilícito, está antes ou depois de chegar no banco”, declarou.
Outra crítica do advogado quanto à condução da ação está nos depoimentos do empresário Júnior Mendonça, que recebeu o benefício da delação premiada para colaborar com as investigações.
Para Hélcio Gomes, Júnior Mendonça “só mentiu” nos testemunhos que prestou à Polícia Federal, pois “todas as cifras citadas no processo não era o Luiz Cuzziol que fornecia, os créditos eram
"O que houve foi uma mistura de informações. O banco não pode adivinhar de onde vem o dinheiro de quem deposita e também não tem culpa se houve falcatrua entre os envolvidos. Se há algum ilícito, está antes ou depois de chegar no banco"
Na 5ª fase da Operação Ararath, deflagrada no dia 20 de maio, Luiz Carlos Cuzziol foi alvo de busca e apreensão e chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas foi solto no dia 25 do memo mês.
Segundo a denúncia do MPF, o bancário liberava valores milionários do Bic Banco sem qualquer garantia de pagamento, a título de empréstimos, ao empresário Júnior Mendonça, que, por sua vez, emprestava os valores para financiamentos de campanhas de grupos políticos ligados ao ex-secretário Éder Moraes.
Audiências
Na audiência da tarde desta sexta-feira (1º) estão previstos os depoimentos das últimas quatro testemunhas dos réus, sendo três de Éder Moraes e uma de sua esposa, Laura Tereza da Costa Dias.
Éder Moraes chegou à sede da Justiça Federal por volta das 12h30 e está acompanhando as audiências, presididas pelo juiz da 5ª Vara Federal, Jefferson Schneider.
Além do advogado de Luiz Cuzziol, também compareceu o advogado Marden Tortorell, que representa Laura Tereza e Ulisses Rabaneda, que faz a defesa do ex-secretário-adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes.
Entenda a operação
A Operação Ararath, que está na 5ª fase, foi deflagrada em 2013 e visa desarticular um suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro nacional. A Polícia Federal estima que os integrantes do esquema movimentaram, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.
Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado. O dinheiro teria sido utilizado para viabilizar campanhas políticas e até para compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado, de acordo com a denúncia.
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