LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal localizou vídeos que mostram bebês sendo abusados sexualmente por adultos, durante apreensões feitas pela Operação Láquesis, de combate à pornografia infantil.
Nesta quinta-feira (11), a PF cumpriu 35 mandados de busca e apreensão. Foram 29 em Brasília, três em Goiás, dois em Mato Grosso e um no Espírito Santo.
Os mandados expedidos para Mato Grosso eram destinados a Cuiabá, onde não houve apreensão de itens, e Sinop (a 500 quilômetros da Capital), onde não houve busca ou apreensão, pois o suspeito teria mudado de endereço. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
O delegado Stênio Santos Souza, responsável pela operação, relatou que as análises preliminares nos itens que foram apreendidos apontam que os alvos da operação não participaram dos abusos mostrados nos vídeos.
No entanto, ele afirmou que compartilhar ou possuir vídeos de pedofilia também são atitudes criminosas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que é crime possuir ou armazenar imagens que contenham atos sexuais explícitos que envolvam crianças ou adolescentes
“O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que é crime possuir ou armazenar imagens que contenham atos sexuais explícitos envolvendo crianças ou adolescentes”, disse.
Alguns dos materiais apreendidos pela Polícia Federal foram analisados e, conforme o delegado, havia imagens que mostravam bebês sendo estuprados.
“Apuramos vídeos em que bebês estavam sendo violentados. Havia também imagens de crianças em relações sexuais”, disse.
Ao chegar aos locais das buscas, a PF relatou que fez uma análise preliminar dos dispositivos recolhidos. Em alguns dos casos, foram identificados materiais que resultaram em prisões em flagrante.
“Ao identificar a existência das imagens, é realizada a prisão em flagrante, pois a pessoa está em posse de imagens sexuais contendo crianças”, explicou.
Foram feitas 15 prisões em flagrante na manhã desta quinta-feira, sendo 13 no Distrito Federal e duas em Goiás.
Todas as imagens recolhidas passarão por exames periciais. Caso os crimes sejam comprovados, os envolvidos podem pegar até 20 anos de prisão.
A penalidade para quem publicar as imagens das crianças sendo abusadas é de um a três anos, mesmo período aplicado a quem compartilha o conteúdo. A posse das imagens pode render pena de um a quatro anos de prisão.

Somados, há casos que podem chegar a 20 anos de prisão, dependendo de uma série de circunstâncias
“Somados, há casos que podem chegar a 20 anos de prisão, dependendo de uma série de circunstâncias, como quantidade de vítima ou material. Também analisaremos quantas vezes a pessoa praticou a conduta”, pontuou o delegado.
Compartilhamento dos vídeos
Os envolvidos nos crimes compartilhavam os arquivos de abuso sexual em redes ponto-a-ponto (P2P) na internet.
O delegado Stênio Santos Sousa explicou que somente quem oferecia conteúdo na rede poderia ter acesso a novos vídeos e imagens.
“Quem não compartilhava imagens, não conseguia obter novas. É uma forma que a tecnologia cria para estimular o compartilhamento”.
Segundo a Polícia Federal, as investigações da operação tiveram início no começo do ano passado. Além de identificar as pessoas que armazenam e compartilham os vídeos, a apuração também tem o objetivo de localizar as vítimas e as pessoas que produziram as imagens.
“São coisas gravíssimas que a gente não gosta nem de imaginar. Têm pessoas que estão gravando e outras que reproduzem isso. Todas as imagens serão analisadas e iremos buscar a identidade das crianças”, afirmou o delegado.
A PF atua em parceria com a Interpol, para os casos em que as vítimas sejam de outros países.
As investigações referentes a crimes relacionados a imagens de pedofilia continuarão, informou o delegado.
“Nosso objetivo é que as pessoas parem de fazer isso. Quanto mais pessoas souberem que isso é delito e essa conduta é grave, esperamos que deixem de fazer isso”, declarou.
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