LETICIA AVALOS
DA REDAÇÃO
O desembargador Orlando de Almeida Perri, relator do processo de intervenção na Saúde de Cuiabá, prevê que a curto prazo o cenário para o setor é "desanimador". Nesta segunda, ele conduziu uma audiência com autoridades do Estado e dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande para debater a situação, uma vez que existe o temor de faltar atendimento médico à população neste final de gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
"A curto prazo, lamentavelmente, não posso garantir a sociedade cuiabana. Os problemas são muito sérios, graves e confusos. E eles precisam de uma atenção muito maior e eu creio que a curto prazo não teremos uma solução satisfatória", descreveu Perri ao final da audiência.
De acordo com o desembargador, que visitou in loco algumas unidades de saúde, o cenário é caótico. No Hospital Municipal de Cuiabá, pacientes estão nos corredores e macas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), estão sendo utilizadas para atender os pacientes na unidade.
"Temos também medicamentos em baixa no estoque. Mas isso, o prefeito atual se comprometeu a regularizar", contemporizou.
Perri, no entanto, praticamente descartou decretar uma nova intervenção na Saúde da Capital nos próximos meses. Segundo ele, mesas técnicas com os responsáveis pela saúde e coordenada pelo Tribunal de Contas deverão ser formadas para debater as ações para melhorar a prestação de serviços públicos.
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Ele também citou que é necessário dar tempo para que o prefeito eleito desenvolva seus projetos para a saúde da Capital. "Seria irresponsabilidade da nossa parte decretar qualquer intervenção no município de Cuiabá, até porque nós precisamos acreditar que o futuro prefeito vai resolver a questão da saúde pública para a sociedade cuiabana. E temos que dar crédito a ele. Se no decorrer do tempo, houver falhas e provas de que o município não está dando conta de tocar a saúde, fazendo boa gestão na saúde, pode sim o município de cuiabá sofrer uma nova intervenção", acrescentou.
O desembargador, no entanto, explicou disse que o processo de intervenção é estrutural e pode se arrastar por diversas gestões.
"O processo de intervenção, sempre tenho dito, não acaba com a gestão Emanuel Pinheiro. Porque se trata de um processo estrutural, nós estamos falando da Saúde de Cuiabá que não termina com a gestão Emanuel Pinheiro. O processo continua, temos um TAC a ser cumprido", falou o magistrado, destacando que o termo pode passar por alterações.
"A saúde de Cuiabá precisa ser consertada, mas isso não se faz do dia para a noite. Tenho dito que a questão do processo interventivo vai atravessar várias gestões. Também não vai acabar com a gestão Abílio Brunini, nós temos um TAC a ser cumprido não apenas para esta ou aquela gestão, mas para todo o sempre", complementou.
Apesar de não pessoalizar, o desembargador culpou a má administração pelo caos em que se encontra a saúde pública. "É questão de administração da saúde pública, não há outra resposta. Porque se a saúde pública de Cuiabá estivesse andando bem, não haveria esse pedido de intervenção", assinalou.
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