GIOVANA GIRALDELLI
DA REDAÇÃO
Com um cenário eleitoral ainda indefinido em Mato Grosso, a esquerda vê uma oportunidade rara de reorganização. Segundo o deputado Valdir Barranco (PT), as conversas entre PT, PSD, PV e PCdoB estão avançadas para consolidar um palanque forte para Lula e lançar nomes competitivos para o Congresso e o governo estadual em 2026.
“Estamos num trabalho bastante efetivo para composição das chapas”, disse Barranco, ao comentar reunião recente com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e outros nomes da federação.
Segundo ele, o foco imediato é definir os nomes que disputarão vagas na Câmara dos Deputados e fortalecer o palanque de Lula em Mato Grosso. A estratégia passa por garantir uma base sólida no Congresso e manter aliados competitivos em cargos-chave.“É importante que o presidente Lula, na sua reeleição, tenha essa contribuição aqui do estado, com bastante efetividade e responsabilidade”, afirmou.
No Senado, a tendência é que Carlos Fávaro seja lançado à reeleição. Essa parte da composição já é tratada como prioridade entre os aliados. A discussão sobre a candidatura ao governo do estado, por outro lado, ficará para uma próxima fase. A expectativa é de ampliar as conversas com outros partidos da base a partir de julho, depois das eleições internas do PT.
Apesar de ainda não haver um nome definido para o governo estadual, Barranco vê um cenário mais favorável do que em 2022. Naquela ocasião, o governador Mauro Mendes (União Brasil) disputava a reeleição com ampla vantagem. Agora, fora do jogo por já ter cumprido dois mandatos, o campo está mais aberto.
“É um cenário absolutamente sem nomes. É possível termos um nome de consenso que seja abraçado pelo povo mato-grossense”, afirmou, sugerindo que há espaço para uma proposta de oposição mais viável e competitiva.
Sobre a médica e ex-pré-candidata Natasha Slhessarenko (PSD), ele reconheceu o valor do nome, embora afirme que não tem mantido diálogo recente com ela. “Ela está na nossa composição, é filiada ao PSD e tem o nosso carinho. É um quadro qualificadíssimo para o estado”, elogiou.
Ao avaliar o campo adversário, Barranco fez críticas aos nomes que já circulam nos bastidores como possíveis candidatos ao governo, como o senador Wellington Fagundes (PL) e o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos). Para o petista, ambos carecem de conexão com o eleitorado. “Não são nomes que verdadeiramente se relacionam com esse carisma com a população, bastante chuchu”, avaliou.
Com Lula na presidência, Fávaro à frente de um ministério importante e a federação partidária mais fortalecida, Barranco defende que existem chances reais da esquerda montar um palanque competitivo em Mato Grosso.
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