DA REDAÇÃO
O vereador Pablo Pereira (União) está entre os 11 presos na Operação Gota d'Água, deflagrada nesta sexta-feira (20) em Várzea Grande. Ele também foi afastado do cargo.
De acordo com a Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor), o parlamentar era um dos líderes do esquema que atuava junto à Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG). Pereira, que é candidato a reeleição e chegou a ser cotado para disputar como vice na chapa de Kalil Baracat (MDB), tinha como principal função exercer pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo criminoso.
Diligências revelaram o aparelhamento da Diretoria Comercial do DAE para exploração política pelo vereador, demonstrando a atuação ordenada de diversos servidores em favor da campanha à reeleição, com uso da estrutura pública da autarquia municipal. Um servidor da Câmara ligado ao parlamentar também foi afastado do cargo.
Ao todo, a Deccor está cumprindo 11 prisões preventivas e 18 ordens de suspensão do exercício da função pública. Estão sendo afastados das funções 15 servidores da Diretoria Comercial do DAE-VG; um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços na Diretoria Comercial do DAE.
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Cobrança por serviços
Durante a investigação da Deccor foi identificada a cobrança de valores, por servidores públicos, para a execução de serviços que eram devidos pelo DAE aos consumidores. Auditorias ainda revelaram prejuízos para a autarquia em razão da exclusão ilegal de débitos e também em razão de diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores.
Em relação apenas às duas últimas espécies de fraudes, a estimativa é que desde 2019, a autarquia tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.
Foi determinado o sequestro de 6 imóveis e 26 veículos, além do bloqueio de valores das contas dos 22 investigados no valor do prejuízo estimado.
Outra providência determinada pelo Nipo foi a realização de auditoria em todas as modificações de valores de contas de água que foram feitas pela Diretoria Comercial do DAE-VG, desde 2019.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça também proibiu tanto o Poder Executivo de Várzea Grande quanto o Poder Legislativo do município de nomear ou contratar qualquer um dos investigados para exercer cargos na administração municipal.
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