DA REDAÇÃO

O delator Cesar Zílio, que entregou como funcionava o "propinoduto"
Em delação premiada, o ex-secretário de Estado de Administração, Cesar Zílio, contou detalhes de como repassava parte da propina, cobrada de empresários, ao então governador Silval Barbosa (PMDB).
"No mesmo dia que recebia a propina, repassava a parte correspondente a Silval, posto que era constantemente cobrado pelo então governador. E, para tanto, se dirigia ao gabinete do governador, sempre após o expediente, já no período noturno, levando o dinheiro em uma sacola ou envelope que, pessoalmente deixava no banheiro do gabinete, na presença de Silval, avisando-lhe textualmente o valor deixado e quem procedera ao pagamento", diz trecho da denúncia da promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva.
Em uma das ocasiões, segundo o MPE, ao receber propina do empresário Willinas Mischur, da Consignum, Zílio repassou, no mesmo dia R$ 1.000.000,00, adotando o procedimento: deixando o dinheiro no banheiro do gabinete do governador.
Segundo o MPE, considerando as revelações de Zílio, "é possível constatar que, o valor que ele recebeu, em nome da organização criminosa, pela empresa Consignum, atingiu a cifra de R$ 14.500.000,00, tomando por base o valor mínimo de R$ 500.000,00. Assim, tendo em vista o percentual mínimo de 30%, que era a parte que lhe cabia, Zílio recebeu o valor de R$ 4.350.000,00 e, portanto, entregou a Silval R$ 10.150.000,00".
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