DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
A Assembleia Legislativa aprovou, na noite desta terça-feira (05), requerimento da Comissão de Ética da Casa que pede a soltura do deputado estadual Mauro Savi (DEM).
O parlamentar está preso desde o dia 9 de maio sob a suspeita de ser um dos maiores beneficiados de um esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no âmbito do Detran, na ordem de R$ 27,7 milhões.
Ao todo, foram 14 votos favoráveis à soltura do parlamentar (veja lista abaixo). Quatro deputados se abstiveram de votar, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), que também é investigado na operação que prendeu Savi.
Cabe agora à Mesa Diretora enviar a decisão ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos.
Além dele, se abstiveram os deputados José Domingos Fraga (PSD), Baiano Filho (PSDB) e Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD). Cinco parlamentares estavam ausentes. A sessão foi presidida pelo deputado Oscar Bezerra (PV).
Segundo ele, cabe agora à Mesa Diretora enviar a decisão ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos.
"Fica aprovado o requerimento pela decretação da soltura. Agora, cabe à Mesa Diretora encaminhar ao presidente do Tribunal de justiça e ao relator para que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso tome as devidas providências", disse o deputado.
O imbróglio
Desde a prisão de Mauro Savi, os deputados ensaiam realizar a votação. Entretanto, o desembargador José Zuquim Nogueira disse não ver que a Casa teria prerrogativa para liberar o parlamentar preso preventivamente.
Segundo ele, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e o diretor do sistema prisional do Estado estão orientados a não cumprirem qualquer medida que revogue a prisão dos alvos da segunda fase da Operação Bereré, a Bônus.
“Quando eu decidi por essas medidas cautelares, eu simplesmente recomendei à Assembleia que não se tomasse as providências. Agora, não posso impedir que a Assembleia realize essa audiência. Isso eu estaria extrapolando e adentrando em uma esfera que não me cabe”, afirmou o desembargador, que é relator do processo oriundo da operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
“A Assembleia tem a autonomia para reunir, deliberar. Só que eu entendi por bem em determinar ao Secretário de Segurança e ao diretor do sistema prisional que se abstivessem de cumprir qualquer determinação, porque quem tem jurisdição é o Judiciário. Determinei ao secretário e ao diretor do sistema prisional para que se abstivessem de cumprir qualquer resolução no sentido de soltar aqueles que foram atingidos pelas medidas cautelares”, disse.
“Bônus”
A segunda fase da Operação Bereré, batizada de Bônus, é coordenada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco/Criminal) e pelo Gaeco. A ação apura um esquema que pode ter desviado R$ 27 milhões por meio de um contrato do Detran com a empresa EIG Mercados.
Foram alvos: o deputado estadual Mauro Savi, o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, os empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, proprietários da Santos Treinamento, empresa que, segundo as investigações, era usada para lavagem do dinheiro desviado do órgão.
Em Brasília (DF), os policiais prenderam o empresário José Kobori, ex-diretor-presidente da EIG Mercados, apontada pelo Gaeco como pivô do suposto esquema. Já o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, irmão de Paulo Taques, se apresentou ao Gaeco.
A operação é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.
Veja como foi a votação:
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